Nos últimos dias de sua campanha pela Presidência, Bolsonaro fez a mais apocalíptica de suas promessas: “Vamos botar um ponto final em todos os ativismos do Brasil”.
Estimulou duas novas formas de ativismo. De um lado deu espaço aos agrotrogloditas com seus incêndios. Em agosto do ano passado eles criaram o “dia do fogo”, com 478 queimadas. De cada 10 incendiários, menos de 6 foram autuados.
A esse ativismo correspondeu outro, contrário. Os três maiores bancos brasileiros afastaram-se dos desmatadores. Um documento assinado por 230 empresas e organizações ambientais pediram-lhe que controle os agrotrogloditas. Entre as empresas estão a Klabin, a Maggi e a Unilever.
Além disso, os governos de Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Dinamarca, Holanda, Noruega, Reino Unido e Bélgica mandaram uma carta ao governo dizendo que a piromania atrapalha até mesmo os negócios.
Não chore, Rio
Com cinco governadores levados ao cárcere, outro afastado e substituído por um vice filmado ao chegar com uma mochila para um encontro com um larápio confesso, o prefeito Marcelo Crivella é protegido por milicianos e ligou-se perigosamente a uma quadrilha que garfava o Carnaval.
Se tudo isso fosse pouco, vem aí a eleição para prefeito. Um dos candidatos é Eduardo Paes, que esteve na cadeira de 2009 a 2016. Ele seria o novo. Na sua equipe brilhava o marqueteiro Marcello Faulhaber.
O Ministério Público descobriu que, entre junho de 2017 e agosto de 2018, o doutor trocou 11,2 mil mensagens com Rafael Alves, poderoso operador de Crivella no mundo do samba. Nas suas palavras: “Quem manda sou eu e ponto. A caneta é minha, não é de A ou B, e sim só minha”.
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