Num mesmo dia Jair Bolsonaro repetiu que no seu governo não há corrupção e que a pandemia foi “superdimensionada”.
Quando o capitão falou em “dar uma voadora” nos corruptos, o vice-líder de seu governo, senador Chico Rodrigues, era apanhado com “um grande volume, em formato retangular, na parte traseira” de seu short. Eram R$ 15 mil.
Reconheça-se que cada um pode guardar seu dinheiro onde bem entende.
Resta saber de onde saiu o ervanário.
Se não quiser falar menos, Bolsonaro pode procurar uma benzedeira.
Chico Stone
Assim como a cruzada de pernas de Sharon Stone no filme “Instinto Selvagem” entrou para a história do erotismo cinematográfico, o vídeo do traseiro endinheirado do senador Chico Rodrigues entrará para a história da nova moralidade política, aquela que surgiu no rastro da campanha de Jair Bolsonaro, tendo como passistas Fabrício Queiroz e governador Wilson Witzel.
Cuecas
Seguindo uma regra jurídica antiga, celebrizada pela fala do traficante carioca Elias Maluco ao ser capturado, em 2002 (“prende mas não esculacha”), o ministro Luís Roberto Barroso mandou guardar num cofre o vídeo da apreensão da lingerie financeira do senador Chico Rodrigues.
Tudo bem, mas em 1949 o deputado Barreto Pinto foi cassado por quebra de decoro porque a revista O Cruzeiro publicou fotografias nas quais posava de cuecas.
Barreto Pinto não tinha dinheiro na cueca e morreu garantindo que foi enganado pelo repórter David Nasser e pelo fotógrafo Jean Manzon, que haviam se comprometido a não publicar as fotografias de corpo inteiro.
Polarização
Há dois anos a política brasileira parecia dividida entre o petismo e aquilo que a ele se opunha, Jair Bolsonaro.
Passou o tempo e tanto o capitão como Lula estão diante de um dilema: os candidatos do PT estão encalhados no Rio e em São Paulo, onde começou a fritura de Jilmar Tatto, e Bolsonaro terá que pensar duas vezes antes de entrar firme nas campanhas dessas duas cidades.
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