Antes mesmo da certificação da Coronavac, o governador João Doria parece ter descoberto a BolsonaVac. Durante quatro dias, enquanto a Anvisa estava metida na encrenca dos testes da vacina e Bolsonaro falava de um país de “maricas”, ele se manteve no mais absoluto silêncio, como se praticasse um distanciamento político. Doria pode ter descoberto uma vacina contra bate-bocas com gotículas viróticas e contagiosas.
Chapman precisa se cuidar
O embaixador americano Todd Chapman precisa puxar o freio de mão. Ele incluiu uma homenagem aos seus fuzileiros navais no portal da repartição sem qualquer segunda intenção. Mesmo assim, com menos de dois anos no posto, apareceu bastante, coloriu-se demais e deixou que Washington organizasse uma ridícula viagem do secretário de Estado Mike Pompeo a Roraima.
Na quinta-feira, reuniu-se com o embaixador argentino para tratar de uma política que levava em conta a vitória de Joe Biden. Como palitar dentes à mesa, poder, pode. Em julho, quando a Covid já havia matado mais de 63 mil pessoas no Brasil, Chapman deu um almoço para Bolsonaro e seus hierarcas. Nenhum maricas, todos sem máscara, inclusive ele.
William Tudor, o segundo representante do governo americano no Brasil, chegou ao Rio em 1827 e, em 1830, morreu de febre amarela. Seu túmulo só foi achado em 1944. Chapman tem à mão a boa memória de outro antecessor. Jefferson Caffery ficou no posto de 1937 a 1944, atravessando a turbulência do Estado Novo durante a Segunda Guerra Mundial. Foi um craque na profissão pelo que fazia em pé, Chapman pode seguir seu exemplo.
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