O Rio de Janeiro tem dois aeroportos. Um é de sonho, diante do Pão de Açúcar, na ponta do Aterro. O outro, no Galeão, poderia ter sido um brinco, mas foi capturado por concessionários que fizeram fama na Lava Jato e está mal das pernas.
Os concessionários do Galeão brigam para limitar os voos do aeroporto do centro, cabalando até mesmo o seu fechamento, para virar um paliteiro imobiliário.
As companhias aéreas começaram a desviar voos internacionais para São Paulo no governo de Leonel Brizola porque ele tinha boas relações com os aerocratas da falecida Varig.
Os concessionários do Galeão podem defender seus interesses oferecendo mais facilidades aos passageiros. Se compraram a outorga de um mico, podem devolvê-lo à Viúva, que, bem ou mal, cuidava dele sem namorar uma forma tropical de destruição criadora do capitalismo: a destruição física do concorrente.
Assim como os japoneses da SuperVia, os singapurenses da Changi compraram o controle do aeroporto da Odebrecht.
2001 e 2021
Em 2001 o Brasil passou por uma crise de energia provocada pela falta de chuvas. Passaram-se 20 anos, os problemas estruturais da matriz energética foram descuidados e o problema voltou, piorado.
Em 2001 o governo de Fernando Henrique Cardoso estabeleceu uma “tarifa de ultrapassagem”. Quem consumisse acima de um teto razoável pagaria a mais pela energia. Segundo FHC, 93% das famílias ficariam livres de tungas.
Passaram-se 20 anos e andou-se para trás. A crise deste ano está sendo enfrentada com um aumento amplo geral e irrestrito de tarifas.
SABEDORIA CHINESA
Com bons motivos, o presidente Xi Jinping transformou o centenário do Partido Comunista Chinês num grande acontecimento.
A festa dá ao seu regime uma boa oportunidade para se autofestejar passando de raspão pela figura de Mao Tsé-Tung.
Em junho de 1921 os comunistas chineses eram 53 e não há registro de que Mao estivesse entre eles. No ano seguinte ele está lá.
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