Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

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Elio Gaspari
Descrição de chapéu congresso nacional

Congresso tenta engessar qualquer governo com manicômio orçamentário

Proposta que torna emendas do relator impositivas é jabuti do tempo dos dinossauros

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Na quarta-feira (29) a Comissão Mista do Orçamento aprovou um relatório que só pode ter saído de um manicômio.

Expandiram o alcance do orçamento secreto, avançando em algo estimado em R$ 19 bilhões, ervanário equivalente a cerca da metade do orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, zona de repasto dos pastores do MEC. R$ 3,3 bilhões poderão ir para governos dos estados ou prefeituras, para que elas gastem como julgarem melhor.

No ano que vem haverá um novo governo, com um novo Congresso. A turma decidiu que as emendas autorizadas pelo relator-geral ou pelo presidente da Comissão do Orçamento serão impositivas. Ou seja, despesas obrigatórias.

É um jabuti do tempo dos dinossauros, pois dentro dele cabem todos os outros, produzidos por anos de espertezas.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES), relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2023 - Roque de Sá/Agência Senado

Trata-se de um cheque pré-datado, sem fundos, pois avança na pequena capacidade de investimento do Poder Executivo.

O relatório precisa ser aprovado pelo atual Congresso até o fim de agosto e isso acontecerá quando o senador Rodrigo Pacheco o puser na pauta.

À primeira vista, a iniciativa tem a capacidade de engessar um futuro governo da oposição. Na realidade, engessa qualquer governo.

Diante dessa maluquice, a "PEC Kamikaze" é uma obra pia. Num kamikaze, para destruir o navio, o piloto morre atirando-se com seu avião. Com essa proposta, explode-se o navio sem que o piloto precise sair de casa.

Lula tem sorte

Numa conversa recente, Lula disse que se considera um homem de sorte. Ele lembrou que seu futuro na política foi preservado pelo ministro Gilmar Mendes em 2016, quando impediu que ele assumisse a chefia da Casa Civil, nomeado por Dilma Rousseff.

Se Lula tivesse tomado posse, iria para o olho do furacão que acabou arrastando o governo da senhora.

Moda palaciana

O​ general Luiz Eduardo Ramos, atual secretário-geral da Presidência, lançou um adereço para a indumentária de militares da reserva. Usa um prendedor de gravata no alto do peito onde brilham as quatro estrelas de seu posto quando estava na ativa. Parecia uma excentricidade pessoal, mas o general Braga Netto acompanhou-o.

Faz tempo, um general brasileiro da ativa que comandava uma tropa internacional pediu que sua louça tivesse as estrelas do generalato. Virou motivo de piada.

Corrida de cavalinhos

De um lado, o PT vem sendo acusado de ter subido num salto alto. De outro, chega a ser pitoresca a corrida de candidatos a cargos no que seria o seu governo.

Dois grupos se destacam. No meio jurídico a bolsa de apostas está aberta para duas vagas no Supremo Tribunal Federal e a cadeira de ministro da Justiça. No mundo dos números, candidatos disputam a simpatia de Lula para ocupar postos na ekipekonômika.

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