Fábio Fabrini

Repórter em Brasília, atua há 15 anos na investigação de casos de corrupção e malversação de recursos públicos.

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Fábio Fabrini

TSE precisa se mexer no caso WhatsApp

Ninguém foi ouvido pelo tribunal e uma testemunha-chave do esquema foi excluída

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Dinheiro privado, dado por dentro e por fora do caixa oficial, tem regido as eleições no Brasil.

Não é à toa que nossos últimos presidentes —Lula, Dilma e Temer— se viram encalacrados em investigações de custeio ilegal e lavagem de ativos em suas campanhas, envolvendo cifras mastodônticas.

Fernando Henrique Cardoso aparenta ter se safado de escrutínio semelhante porque, segundo a Vaza Jato, o ex-juiz Sergio Moro tinha certo apreço por seu apoio e desaconselhou apurações do MP.

A vitória de Jair Bolsonaro em 2018 pareceu trazer um fenômeno novo. Proibido o financiamento por empresas, após ampla mobilização popular à esquerda e à direita, elegeu-se um mandatário cujo comitê declarou gastos de R$ 2,4 milhões —ante R$ 318 milhões de Dilma em 2014. 

Mas série de reportagens da Folha indica que ainda não acabou de morrer o que há de velho nas práticas das campanhas políticas.

Celulares usados em empresa para enviar mensagens de WhatsApp em massa
Celulares usados em empresa para enviar mensagens de WhatsApp em massa - Reprodução

Em outubro de 2018, o jornal noticiou que empresários pagaram para disparar, via WhatsApp, mensagens em massa pró-Bolsonaro, fator de grande influência na disputa.

Agora, revela-se que agentes de marketing estrangeiros venderam a empresas do país softwares para o envio automatizado e proibido. Nada passou pela tesouraria do TSE.

O caso tem potencial para crescer, a julgar pelo que o jornalismo da Folha vem mostrando e pelos instrumentos de investigação a serviço da Justiça Eleitoral.

Por ora, oito meses depois de aberto processo a respeito, ninguém foi ouvido pelo TSE e uma testemunha-chave do esquema foi excluída. Sob a batuta do ministro Moro, a Polícia Federal não juntou nenhum relatório de seus trabalhos aos autos.

Em 2017, quando o mandato de Dilma já havia sido cassado não pelo caixa dois, mas por razão menor e questionável, as pedaladas fiscais, o TSE varreu para debaixo do tapete provas do caso e salvou o mandato de Temer, eleito na mesma chapa. 

Espera-se que agora não faça a opção pela inércia ou a complacência.

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