Fábio Fabrini

Repórter em Brasília, atua há 15 anos na investigação de casos de corrupção e malversação de recursos públicos.

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Fábio Fabrini

Não caiu a ficha de Bolsonaro

Não à toa presidente anda com a popularidade no volume morto

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Brasília

Jair Bolsonaro subiu a rampa do Planalto há seis meses, mas seus gestos fazem crer que não lhe caiu a ficha do cargo que ocupa. 

É o chefe do governo e do Estado, mas se comporta como um agente fora deles, a sabotar suas instituições, tal qual um ser marginal na política.

Quer que a população se arme para se defender da violência que, como mandatário, tem a missão de enfrentar com políticas de segurança.

Rebela-se contra comandos constitucionais, a exemplo da demarcação de terras indígenas e quilombolas

Boicota o já combalido aparato de fiscalização do país ao denunciar uma indústria de multas no trânsito e na área ambiental, buscando reduzir a vigilância e anistiar infratores.

Na semana passada, exaltou a exploração de mão de obra infantil, a despeito do esforço das delegacias do trabalho para tirar crianças de carvoarias e cruzamentos.

Investe também contra a atividade de órgãos como o IBGE, cujo cálculo do desemprego chama de enganoso

O traje de atirador se ajusta bem a um candidato antissistema, mas agora Bolsonaro é o próprio sistema e cabe a ele mostrar o que veio edificar, não só o que pretende desconstruir. O presidente não tem projeto e terceiriza suas responsabilidades.

Enquanto se mete em picuinhas como a do fim da tomada de três pinos e faz lives sobre pescaria, o Congresso conduz a reforma da Previdência à sua revelia e iniciou a tramitação da tributária. Câmara e Senado preparam uma agenda paralela à do Planalto, com foco na economia.

Intramuros, o governo é manejado por quem não tem assento no governo. Um ideólogo de teses delirantes, radicado nos EUA, dá as cartas na Educação à míngua. E os filhos do presidente indicam companheiros de balada para bancos públicos. 

Não é à toa que Bolsonaro anda com a popularidade no volume morto. Já fala em 2022, mas, aos seis meses com a faixa, tem a pior avaliação de um presidente desde Collor, segundo o Datafolha. Para 61%, fez menos do que se esperava. E só 22% acham que age como lhe cabe.

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