Fernando Canzian

Jornalista, autor de "Desastre Global - Um Ano na Pior Crise desde 1929". Vencedor de quatro prêmios Esso.

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Weintraub e Roberto Alvim, tudo a ver

O combate ao intelectualismo nesse governo, até pela formação do presidente, é inexorável

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Na transmissão ao vivo feita poucas horas antes do vídeo com alusão ao nazismo que derrubou seu secretário de Cultura, o presidente Jair Bolsonaro aparece ao lado do agora demitido Roberto Alvim e do ministro da Educação, Abraham Weintraub.

Sobre Alvim, afirma: “Depois de décadas, agora temos um secretário de Cultura de verdade”. Ao apresentar Weintraub, diz: “E aqui à direita, e só podia ser à direita, o nosso ministro da Educação". 

A imagem mostra a cúpula do governo Bolsonaro voltada à principal área de um país que deseja sair do atraso e, mais importante, elevar sua produtividade econômica visando, pela via do trabalho, o bem estar geral.

 

O ex-secretário de Cultura se inspirava em Joseph Goebbels para delinear sua estratégia. Já o ministro é perseguido por fantasmas ideológicos e demonstra ter problemas sérios de alfabetização.

As falhas anunciadas no Enem, prova em que participaram cerca de 4 milhões de pessoas, até podem ficar limitadas ao 1% (39 mil), como declara o governo —se é que se pode confiar nisso.

Mesmo assim, coloca em dúvida um dos bons instrumentos inseridos no sistema de avaliação da educação brasileira. 

Na sexta (17), a Folha revelou que o Ministério da Educação foi a única pasta, entre as sete que receberam recursos recuperados pela Operação Lava Jato, que não utilizou nenhum centavo em 2019. Ao ministério coube a maior fatia, mais de R$ 1 bilhão do total de R$ 2,6 bilhões, mas nenhum empenho foi feito.

Candidamente, Weintraub justificou a inação afirmando que não dispunha de projeto para a aplicação do dinheiro.

O Ministério da Educação comandado por Weintraub tem 300 mil funcionários e não foi necessariamente bem administrado antes da chegada de Bolsonaro ao poder. Avaliações internacionais na área não deixam dúvidas de que muito deixou de ser feito.

O Brasil precisava correr atrás desse atraso, mas a perspectiva que se abre é de uma irremediável decadência também nessa área. 

O combate ao intelectualismo nesse governo, até pela formação do presidente, é inexorável. De onde não se espera nada, é de lá que não sairá nada mesmo. 

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