Flávia Boggio

Roteirista. Escreve para programas e séries da Rede Globo.

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Flávia Boggio
Descrição de chapéu

O sonho da franja própria

Mirei em Marina Ruy Barbosa e acertei Jim Carrey em 'Debi & Loide'

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Era só um chumaço de cabelo. Com simples tesourada, eu conquistaria um novo acessório, o cabelo da moda, o sonho da franja própria. O melhor é eu faria eu mesma, com apenas um pente e uma tesoura. A única coisa que precisaria era cortar reto.

 

Ilustração
Galvão Bertazzi/Folhapress

Sou uma grande apreciadora do DIY, abreviatura de "do it yourself" (faça você mesmo, em inglês). Produzir o meu próprio alimento, mobiliário ou até fazer pequenos reparos em casa sem a ajuda de um profissional é libertador.

Principalmente para uma mulher, o DIY é um jeito de combater o clichê de que preciso de um homem para resolver tudo. Pois saibam todos que não preciso de ninguém e, no dia do apocalipse zumbi, sobreviverei porque sei instalar uma tomada e fazer meu próprio móvel. Sou a mulher MacGyver.

Mas a vida, na prática, é cruel. Em casa, as cortinas são tortas e não tem uma parede cujo rodapé não esteja manchado. O único móvel que desenhei é um cubo bambo. Até fabriquei minha própria cerveja, mas 50% das garrafas explodiram e o que sobreviveu ficou com notas de lactobacilos vivos.

Ilustração
Galvão Bertazzi/Folhapress

Como não aprendi a lição, lá estava eu com minha tesoura profissional que comprei na Liberdade, como um corredor de fim de semana que compra tênis de última geração, como se isso melhorasse a performance. Segurei o chumaço, respirei fundo e... pá! Ufa, cortei.

Huuum, muito longa. Mais um pouco. Tudo bem, pode ser mais curta. Torta ainda. Vamos mudar de estilo e fazer algo acima da sobrancelha. Eita, torta de novo. Dez tesouradas depois, o sonho da franja da Marina Ruy Barbosa se tornou Jim Carrey no filme "Debi & Loide".

 

Agora, só me resta passar seis meses dormindo com seis fivelinhas tic-tac e abraçada a um secador, pois Debi, apelido carinhoso que dei à nova franja, acorda de maneira indescritível.

Mas já penso na minha próxima empreitada. Será que faço um abajur? Quebro a parede da sala? Ou construo uma forja em casa para fabricar minhas próprias facas? Porque sou a mulher MacGyver e não preciso de ninguém. Sou capaz de tudo.

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