Flávia Boggio

Roteirista. Escreve para programas e séries da Rede Globo.

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Flávia Boggio

Vilões não são isentões

Se Voldemort morasse no Brasil, qual seria sua inclinação ideológica?

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Há duas semanas nos cinemas, “Coringa” gerou tantas opiniões que o assunto ficou mais saturado do que fotografia de filme do Almodóvar.

Alguns especialistas acusam o filme de incitar a violência. Se isso fosse verdade, espectadores de “Mary Poppins” pulariam de telhados com guarda-chuvas. Eu mesma já vi “Cidadão Kane” algumas vezes e, infelizmente, não construí meu império da comunicação.

“Coringa” também levou a comparações com o cenário político e social atual. O assessor da Presidência Filipe Martins, por exemplo, disse que o personagem é um retrato do “ressentimento esquerdista”, provando que não precisa morar em Gotham City para ser um palhaço maluco.

Seguindo a mesma lógica, fiz um paralelo entre outros personagens fictícios e nossa política. Se os grandes vilões morassem no Brasil, quais seriam suas inclinações ideológicas?

Ilustração de vários personagens sobrepostos, em cima de uma cidade em chamas. Há um homem de terno, um palhaço, um homem de chapéu segurando um imã, todos tentando pegar um saco de dinheiro.
Galvão Bertazzi/Folhapress
 

Lex Luthor: O inimigo do Super-Homem é um “empreendedor” do mercado imobiliário sedento por lucro. Provavelmente se juntaria ao partido Novo que, assim como ele, adora cifras altas e camisas engomadas.

Scar: O vilão de “O Rei Leão” diz que luta pelos oprimidos, mas, quando as coisas dão errado, pula fora e cobra mea-culpa das hienas. Posso arriscar que, nas selvas brasileiras, Scar seria cirista.

Voldemort: O bruxo passa oito filmes prometendo matar Harry Potter e não faz nada. O gosto por não cumprir metas e a plástica errônea no nariz tornam Voldemort um típico eleitor de João Doria.

Thanos: O inimigo dos Vingadores é preocupado com os recurso naturais e faz qualquer coisa para salvar o planeta. Seria simpatizante da Rede Sustentabilidade, embora suas decisões sejam pouco heterodoxas.

Magneto: O vilão dos X-Men começou como minoria que trabalha como metalúrgico. Se chegasse ao Brasil, provavelmente se identificaria com o PT que, assim como ele, se corrompeu com o poder.

Jabba the Hutt: O gigante alienígena de “Star Wars” começou com uma pequena lesma criminosa até se tornar um gângster interestelar. Se pousasse sua nave por aqui, provavelmente se identificaria com outro misógino, asqueroso, que gosta de comer gente: Jair Bolsonaro. Mas talvez até Jabba seja inteligente demais para isso.

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