O ano de 2020 está chegando ao fim e começam as retrospectivas dos acontecimentos que marcaram essa volta da Terra ao Sol. Isso se o ano realmente acabar.
Porque, assim como o filme “Feitiço do Tempo”, corre-se o risco de voltarmos a janeiro de 2020 e a maldição começar novamente.
Antes que isso aconteça, a coluna vai pegar carona nas retrospectivas com uma categoria que nunca esteve tão em alta: o cancelamento.
Então separe um lencinho de papel para segurar as lágrimas. A seguir, o "in memoriam" dos famosos que, por algum deslize, foram condenados à irrelevância. São os Cancelados de 2020.
Madonna
A rainha do pop afirmou que o coronavírus era um “grande nivelador” social. Isso enquanto tomava banho em uma banheira de mármore com torneiras de ouro. A cantora também publicou um vídeo defendendo a hidroxicloroquina. Pediu desculpas, mas a internet não perdoou: cancelada.
Influencers
Como se o nome da profissão não fosse ridículo o bastante, eles são proativos no quesito passar vergonha. No auge da epidemia, a blogueira Gabriela Pugliesi gritou “foda-se a vida”, suas últimas palavras antes do cancelamento. Carlinhos Maia promoveu uma festa de arromba e Fabiana Justus vendeu máscaras de tricô (!), o que levou muita gente a descobrir quem eram essas pessoas no dia do cancelamento.
Anitta
A cantora é um caso raro de quem consegue ser cancelada e descancelada inúmera vezes, com a mesma rapidez com que mexe os glúteos. Foi condenada por não se posicionar politicamente, perdoada por se posicionar. Cancelada por fazer plástica, descancelada por mostrar estrias. Até a publicação desta coluna, permanece descancelada.
Ricardo Salles
O ministro do Meio Ambiente é um caso raro de quem nasceu cancelado e, mesmo assim, continua sendo cancelado diariamente. Deixou queimar um quarto do Pantanal, culpou os indígenas pelo desmatamento recorde e, ao deixar “a boiada passar”, mostrou que o fundo do poço do cancelamento não tem fim.
Ciência
Frases como “é só uma gripezinha”, “a morte chega para todo mundo”, “dá para tratar com cloroquina” e “ninguém é obrigado a tomar vacina” serem ditas por inúmeras pessoas, inclusive por um chefe de Estado, é a prova de que o conhecimento científico é o grande cancelado de 2020.
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