No início da semana, o Facebook tirou do ar o vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro faz uma relação absurda entre a vacina contra Covid-19 e Aids. O YouTube também decidiu suspender o canal do presidente por uma semana.
A iniciativa das duas plataformas não foi tão mal recebida pelo Palácio do Planalto. As afirmações polêmicas desviaram os holofotes dos desastres mais recentes do governo, como o furo do teto de gastos por Paulo Guedes, que levou à debandada de quatro secretários e a queda de 4% na Bolsa de Valores.
Não é a primeira nem a 50ª vez que Bolsonaro fala disparates para camuflar seu governo catastrófico.
Ele já postou vídeo com golden shower, na mesma época do anúncio do PIB abaixo do esperado. Insinuou que a vacina pode transformar pessoas em répteis, para justificar ter ignorado ofertas do imunizante pela Pfizer. Também disse que o isolamento social é "frescura", para encobrir o atraso da campanha de vacinação.
Vendo a eficiência de suas declarações em propagar o caos, o presidente aproveitou o ócio de uma semana sem produzir lives para fundar a Agência Falsificadora de Notícias.
Como diz o nome, a função da AFN é criar notícias falsas para encobrir calamidades do governo. A técnica desenvolvida pela agência é pegar um assunto de extrema importância para o país, mas abandonado pelo governo, e associá-lo a um tema temido por seus apoiadores.
Na próxima live, para encobrir o relatório da CPI da Covid —no qual foi indiciado por crimes contra a humanidade—, Bolsonaro pretende anunciar que membros da comissão são contra a família e, na madrugada, realizam rituais satânicos.
Já para conseguir abafar os números recordes de desmatamento, ele deve insinuar que florestas causam
impotência e que o tamanduá-bandeira é comunista.
No mês seguinte, para camuflar a evasão escolar recorde em 2021, o presidente pretende divulgar dados que comprovam que o método Paulo Freire leva à queda capilar.
As fake news vão continuar até o final de 2022, quando ele pretende retomar a notícia falsa de fraudes nas urnas eletrônicas para camuflar sua humilhante derrota. Elas devem parar quando ele sair da Presidência direto para os tribunais internacionais. Aí não vai ter mentira que cole.
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