A língua portuguesa tem sido alvo de um amplo debate sobre o sentido de alguns termos e expressões. Para especialistas, algumas frases de uso comum entre os países lusófonos fazem referência a grupos minoritários, tratando-os de forma pejorativa.
Após um revisionismo histórico e linguístico, expressões como "denegrir" e "pé na cozinha" foram excluídas por serem associadas ao racismo estrutural. Outras como "não sou tuas negas" e "da cor do pecado" estão menos para idiomáticas e mais para idiotas.
Consideradas machistas, sentenças como "mal-amada" e "essa é para casar" também foram sentenciadas ao cancelamento, embora ainda sejam usadas com afinco por todos os tios no Natal.
Como a linguagem está em constante transformação, outras expressões correm o risco de serem excluídas, ou por serem ofensivas ou por não fazerem mais sentido.
Antes usada para descrever indivíduos que frequentam todos os eventos, o termo "arroz de festa" caiu em desuso. Com o preço da cesta básica, o item é raridade e desejado em qualquer celebração.
Da mesma forma, "descascar abacaxi", antigamente usada para descrever um problema difícil, com o preço da fruta, hoje é sinônimo de prazer e satisfação.
"Custar os olhos da cara" também perdeu o sentido. Diante da crise atual, qualquer cidadão está disposto a vender os olhos e a cara por preços baixos.
Por soar xenofóbica, muitos passaram a evitar o termo "negócio da China". Mesmo porque, nos dias de hoje, fazer transações comerciais com o gigante asiático tem sido um excelente negócio.
Outra expressão que envelheceu mal foi "armado até os dentes". Hoje o cidadão pode até ter facilidade de andar armado, mas, com as políticas de saúde precárias, está completamente sem dentes.
O termo "pai presente" também caiu em desuso pois, na maioria das famílias do país, o sujeito raramente está presente, muito menos traz presentes.
O dito "a cobra vai fumar" ficou desatualizado. Antes usado para se referir a algo impossível, com a situação que está o país, é compreensível que a cobra esteja fumando e muito.
Assim como a expressão "para seu governo", que também foi extinta do vocabulário. Todos sabem que, há mais de 1.200 dias, não existe mais governo por aqui.
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