Desde o início da pandemia, os golpes virtuais disparam pelo país. Levantamentos de empresas de segurança na internet identificaram 24 milhões de tentativas de fraudes.
As quadrilhas vasculham o perfil das vítimas, criam sites falsos e oferecem oportunidades customizadas. Ofertas de emprego, promoções de vinhos e cupons de desconto servem de iscas para hackear celulares e redes sociais.
Mas há um outro grupo de golpistas que atraem as vítimas e usam métodos ainda mais baixos. São pessoas próximas, que se aproveitam da vulnerabilidade das vítimas.
Se antes os golpistas se disfarçavam de funcionários de banco, hoje o perigo vem dos próprios bancos. No golpe do financiamento imperdível, eles oferecem taxas de empréstimos sedutoras. Após fechar contrato, o cliente percebe que só quitará em 180 anos, depois de vender a alma e a família.
Outra fraude que faz um grande número de vítimas em São Paulo é o golpe do restaurante com historinha.
Os estabelecimentos vendem "receitas antigas da avó europeia centenária". Quando o prato chega à mesa, é um bife com batata frita, no valor de R$ 100.
Muitos lares sofrem com um golpe cometido pelos próprios familiares. Trata-se do golpe do cachorro, no qual o golpista convence a família a ter um cachorro, dizendo que vai cuidar. Quem acaba cuidando é justamente quem foi contra a ideia de ter um pet.
No golpe da reunião do Zoom, o golpista mantém câmera e microfone desligados. Um claro sinal de que, em vez de trabalhar, ele está na praia, tomando uma caipirinha.
Existem também os autogolpes, que são golpes cometidos pelas próprias vítimas, como o "amanhã eu começo a academia" e "amanhã eu acordo bem cedinho". Nesse último, estudantes e profissionais interrompem tarefas para dormir. No fim, não acordam cedo nem terminam o trabalho.
Mulheres são as principais vítimas do golpe do homem feminista, que defende a igualdade de gêneros porque "foi criado por mulheres". Quando nascem os filhos, não ajuda alegando "trabalhar muito".
Já a maior fraude dos últimos anos começou em 2018. É o golpe do mito, que conquista votos com promessas de defender a família e acabar com a corrupção. No fim, ele defende a corrupção, mas na própria família. Ainda ameaça dar outro golpe. Dessa vez, contra a democracia.
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