Flávia Boggio

Roteirista. Escreve para programas e séries da Rede Globo.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Flávia Boggio
Descrição de chapéu
internet

De Bolsonaro ao homem feminista, novos golpes ameaçam brasileiros

Nada supera a fraude do mito, que conquistou votos com promessas de defender a família e acabar com a corrupção

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Desde o início da pandemia, os golpes virtuais disparam pelo país. Levantamentos de empresas de segurança na internet identificaram 24 milhões de tentativas de fraudes.

As quadrilhas vasculham o perfil das vítimas, criam sites falsos e oferecem oportunidades customizadas. Ofertas de emprego, promoções de vinhos e cupons de desconto servem de iscas para hackear celulares e redes sociais.

Mas há um outro grupo de golpistas que atraem as vítimas e usam métodos ainda mais baixos. São pessoas próximas, que se aproveitam da vulnerabilidade das vítimas.

Na ilustração de Galvão Bertazzi, vemos uma moça feliz e contente segurando seu aparelho celular. Na tela vemos um emoji de felicidade usando uma máscara de assaltante. Do celuar saem dois braços. Um deles está abrindo a bolsa da moça e rouba seu dinheiro. A outra mão abre a cabeça da moça e rouba seu cérebro que está pensando em cifrões. Temos um balão de diálogo vindo da moça e nele está a interjeição " Á " !
Ilustração publicada em 10 de agosto - Galvão Bertazzi

Se antes os golpistas se disfarçavam de funcionários de banco, hoje o perigo vem dos próprios bancos. No golpe do financiamento imperdível, eles oferecem taxas de empréstimos sedutoras. Após fechar contrato, o cliente percebe que só quitará em 180 anos, depois de vender a alma e a família.

Outra fraude que faz um grande número de vítimas em São Paulo é o golpe do restaurante com historinha.

Os estabelecimentos vendem "receitas antigas da avó europeia centenária". Quando o prato chega à mesa, é um bife com batata frita, no valor de R$ 100.

Muitos lares sofrem com um golpe cometido pelos próprios familiares. Trata-se do golpe do cachorro, no qual o golpista convence a família a ter um cachorro, dizendo que vai cuidar. Quem acaba cuidando é justamente quem foi contra a ideia de ter um pet.

No golpe da reunião do Zoom, o golpista mantém câmera e microfone desligados. Um claro sinal de que, em vez de trabalhar, ele está na praia, tomando uma caipirinha.

Existem também os autogolpes, que são golpes cometidos pelas próprias vítimas, como o "amanhã eu começo a academia" e "amanhã eu acordo bem cedinho". Nesse último, estudantes e profissionais interrompem tarefas para dormir. No fim, não acordam cedo nem terminam o trabalho.

Mulheres são as principais vítimas do golpe do homem feminista, que defende a igualdade de gêneros porque "foi criado por mulheres". Quando nascem os filhos, não ajuda alegando "trabalhar muito".

Já a maior fraude dos últimos anos começou em 2018. É o golpe do mito, que conquista votos com promessas de defender a família e acabar com a corrupção. No fim, ele defende a corrupção, mas na própria família. Ainda ameaça dar outro golpe. Dessa vez, contra a democracia.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.