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gilberto dimenstein
Virada: o sonho da cidade sem catracas
Considero São Paulo uma das cidades mais interessantes do mundo.
Falo isso vivendo agora numa das cidades mais interessantes do planeta, que é Cambridge, onde estão Harvard e MIT, que ocupam o topo da lista das melhores universidades --e fazem essa pequena cidade ficar povoada de inventores. Para completar, estou bem perto daquela que considero a mais interessante cidade do mundo, que é Nova York.
Isso só me faz enxergar ainda melhor minha cidade.
Nem sempre é fácil ver como São Paulo é interessante, criativa, cosmopolita. Afinal, está imersa no caos. Justamente essa combinação de caos e criatividade é que produz uma tensão que resulta em lugares como a região do Baixo Augusta, a maior concentração da diversidade tribal que já vi.
Adoro a Virada Cultural, apesar de todos os seus problemas, porque essa criatividade, pelo menos um dia, toma as ruas, cria um senso de coletividade. E mostra o que podemos ser se houver mais gente andando a pé pelas calçadas, compartilhando conhecimento, do que trancadas nos carros, nos prédios ou condomínios. É a cidade das catracas, derrubadas pelo menos em um final de semana.
Tem muita gente que prefere ver o lixo que ficou na calçada (e é horrível). Prefiro ver o futuro de uma comunidade mais humana e criativa.
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.
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