Giuliana Vallone

É jornalista. Foi secretária-assistente de Redação da Folha e correspondente em Nova York

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Giuliana Vallone
Descrição de chapéu Copa do Mundo

Muitos pontos perdidos (no bolão)

Preenchem-se os resultados com fé nos melhores; assiste-se, porém, torcendo pelos piores

Dois grupos sofreram no Mundial até aqui. Boa parte dos que começaram a Copa como favoritos --e aqueles que apostaram neles no bolão.

Do pelotão mais próximo do título --como listado por esta Folha Alemanha, Brasil e Espanha--, ninguém saiu vitorioso do primeiro jogo na Rússia.

A Espanha empatou com Portugal em 3 a 3, inteiramente por mérito dos portugueses (leia-se Cristiano Ronaldo), no melhor jogo do torneio até aqui (na opinião humilde desta falsa boleira).

 

O Brasil ficou no 1 a 1 com a Suíça, como sabemos todos, e por mérito próprio. Começou jogando lindamente, deu uma relaxada quando veio o gol de Coutinho e continua sem saber lidar com o revés do gol adversário.

E a Alemanha foi derrotada por 1 a 0 pelo México. Fim. Só aí já foram 15 pontos perdidos no bolão.

No segundo escalão de favoritos, Argentina, Bélgica, Portugal e França. Aqui, sim, temos dois vencedores na primeira rodada, belgas (contra o fraco Panamá) e franceses, num 2 a 1 contra a Austrália ajudado (mas não injusto) pelos aparatos eletrônicos.

O que tudo isso nos diz? 1) Lista de favoritos só serve para a gente se arrepender do escrito; 2) O primeiro jogo da Copa não quer dizer lá muita coisa e ainda há chances para todos (e só para não perder o costume: Vai, Brasil).

Mas meu ponto aqui é, na verdade, um terceiro. Entrar no bolão acaba com o prazer de assistir aos jogos, torcer pelos mais fracos ou contra aqueles que nossos corações amargurados querem ver sofrer (Alô, Alemanha).

Preenchem-se os resultados com fé nos melhores. Assiste-se aos jogos, no entanto, torcendo pelos piores, pelos amigos, pela emoção no futebol.

Acreditei no 2 a 0 da Croácia, mas queria mesmo era torcer pela Nigéria. Sou Peru, México e Costa Rica desde criancinha. Mas aqui estou, esperando por gols de Dinamarca, Alemanha e Sérvia. Tudo pela chance de disputar o prêmio boleira do ano (e embolsar uns bons reais, admito).

No balanço entre a ganância e a emoção, ainda saio perdendo sempre. Copa do Mundo, afinal, também é zebra e pouco sai como esperado --a exemplo dos casos citados nesta coluna.

Diante de tudo, deixo aqui meu saldo aleatório da Copa até o quinto dia. Favoritos em baixa, 26 pontos no bolão (48ª colocação, 60 competidores), três gols de Cristiano Ronaldo, dois de Kane (Inglaterra) e de Lukaku (Bélgica), um penteado horroroso de Neymar. E nenhum gol da Alemanha.

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