Ninguém escolhe os pais que tem. A não ser Édipo, que escolheu a mãe, embora não a tenha escolhido pra ser sua mãe, mas mãe dos seus filhos.
Tudo seria muito mais fácil se pudéssemos escolher nossa ascendência. Pessoalmente, penso que escolheria o Suplicy e a Palmirinha. Nada contra meus pais, mas seria bom mudar de vez em quando.
"Filho, tá saindo um bolo de fubá quentinho!” “How Many Roads Must a Man Walk By....” “Fala pro seu pai parar com o Bob Dylan.” “Before you can call him a man...” “Para, Eduardo.”
Digo isso porque sempre me compadeço dos filhos de pai corrupto. Não deve ser fácil herdar o nome Picciani, nem tampouco a papada. Pensando nisso, o MDB fluminense está com uma iniciativa ma-ra-vi-lho-sa.
Há quem diga que a esquerda goste de “defender bandido”, mas pouca gente se preocupa tanto com a família de presidiários quanto o MDB do Rio. Os três candidatos que mais ganharam dinheiro de fundo partidário foram os filhos de Cunha, Cabral e Picciani —ambos os três (trambos?) na cadeia.
Danielle Cunha, a herdeira do Cramunhão, o bebê do bebê de RoseMary, ganhou R$ 2 milhões do fundo público —mesmo sendo esta sua primeira incursão na política, e mesmo tendo o carisma de uma tomada de três pinos.
Leonardo Picciani ganhou um milhão e meio. Você acha que ninguém mais vota num Picciani? Ele também acha. Deixou a barba crescer e diminuiu a fonte do sobrenome Picciani, pra fingir que é um Leonardo qualquer. Marco Antonio Cabral, que já foi o Cabralzinho, agora é só Marco Antonio —como se a fuça o deixasse esconder a filiação. Ganhou um milhão e meio de fundo público pra beber até esquecer que o pai quebrou o Estado.
Viva o MDB-RJ. Há quem se preocupe com o bem-estar do presidiário —mas é preciso muita generosidade pra doar milhões de reais pra sua família.
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