Hélio Schwartsman

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Hélio Schwartsman
Descrição de chapéu Eleições 2018

Guia de voto para os indecisos

Caminhos possíveis para quem não quer nem Bolsonaro nem Haddad

Os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT)
Os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) durante entrevista ao Jornal Nacional - Reprodução

Como deve votar o eleitor que não quer nem Bolsonaro nem Haddad? O dilema pode assaltar mais de 66 milhões de brasileiros que ou votaram em outros candidatos ou não compareceram ou anularam/branquearam seus sufrágios.

A pedidos, esboço um pequeno guia de opções. Pela cartilha democrática, o segundo turno não é o momento de manifestar preferências, mas de tentar exercer o poder de veto. Assim, o mais sensato —e também o mais recomendado para quem acredita no poder das escolhas sociais— é que o eleitor reprima suas reações mais viscerais e vote no candidato que considerar menos ruim.

Para um contingente não desprezível de cidadãos, contudo, ambos os concorrentes são igualmente péssimos. Convenha-se que é fácil encontrar argumentos para não votar seja em Bolsonaro, seja no PT. Para esses eleitores, resta a opção entre abstenção (a multa é irrisória), justificativa (é preciso sair do município de domicílio eleitoral) e o voto branco/nulo.

Uma confusão frequente é afirmar que o branco/nulo beneficia o candidato que está na frente. Isso vale apenas para o turno inicial e só se houver uma chance de o primeiro colocado vencer logo de cara. Como nulos e brancos não são considerados votos válidos, eles reduzem o limiar de sufrágios que o postulante precisa atingir para vencer já no primeiro turno. No segundo turno, um nulo é apenas um nulo. Seu autor até pode ser acusado de omissão, mas não de favorecimento.

Para os espíritos mais hamletianos, que não conseguem mesmo decidir-se, minha sugestão é que esperem até o final. Sempre há a possibilidade de algum candidato dizer ou fazer algo que elimine de vez todas as dúvidas. Convém também ficar de olho nas pesquisas. Se elas apontarem para um quadro irreversível, a escolha pode ficar menos pesada. O que é certo é que o eleitor deve satisfações apenas à própria consciência, o que é o milagre e o perigo da democracia.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.