Hélio Schwartsman

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Hélio Schwartsman

Aurea mediocritas

Balança pende muito mais em favor da venda fracionada de medicamentos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Deu no Painel S.A. que as farmácias se mobilizam para frear mais uma tentativa de trazer ao mercado brasileiro a venda fracionada de medicamentos. Pelo menos desde o primeiro governo Lula, legisladores e reguladores buscam, sem sucesso, impor ao setor a obrigatoriedade de vender remédios na quantidade exata pedida pelo consumidor ou receitada pelo médico. Hoje, é a própria indústria quem embala as drogas, e as vende em caixas com quantidades pré-determinadas de doses.

São vários os argumentos pró-fracionamento. Para começar, ele favorece o bolso do cidadão, que só compraria aquilo de que realmente necessita. A mudança tenderia a diminuir os estoques de drogas que as pessoas mantêm em suas casas, reduzindo os riscos de automedicação indevida, intoxicações involuntárias, em especial de crianças e pets, e de descarte inadequado.

Um dos argumentos a favor da venda fracionada de medicamentos é o de que permitiria ao consumidor comprar só o que precisa
Um dos argumentos a favor da venda fracionada de medicamentos é o de que permitiria ao consumidor comprar só o que precisa - VlaDee/Fotolia

As farmácias são radicalmente contra a medida. Elas teriam de investir em salas propícias à manipulação e em treinamento de pessoal, tudo isso para vender um volume menor que o atual. Mas o fato de seus argumentos serem interessados não implica que sejam todos furados. A venda fracionada provavelmente diminuiria a rastreabilidade dos lotes e facilitaria a burla no controle de psicotrópicos.

Acrescente-se a isso o fato de que, como os métodos industriais são mais precisos que os manuais, passaríamos a conviver com problemas que hoje desconhecemos, notadamente erros humanos na dispensação.

Apesar disso, creio que a balança pende muito mais em favor do fracionamento, que é a regra nos países mais desenvolvidos. Aliás, o Brasil está ficando tão para trás em tantos indicadores que cada vez mais me convenço de que o melhor caminho para nós é eliminar as jabuticabas e imitar o que é padrão na média das nações que nos superam em grau de civilização. Não acertaríamos sempre, mas erraríamos menos do que estamos errando.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.