Hélio Schwartsman

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".

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Hélio Schwartsman

O ocaso de Trump?

Não estou seguro de que estejamos próximos do ocaso de figuras como Trump

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A onda de populismo que assaltou o mundo representa uma mudança de paradigma na política ou é um fenômeno passageiro? Se é transitório, já está perto do fim ou ainda fica por um tempo? A eleição presidencial americana deverá nos dar pistas para responder a essas perguntas.

Penso que, em algum momento, a democracia liberal voltará a cair nas graças dos cidadãos. Meu pressuposto é o de que, no longo prazo, as soluções mais eficientes tendem a prevalecer. E, aí, não só o liberalismo democrático já nos entregou uma era de bonança sem precedentes na história como há também o fato de que as respostas dos populistas aos problemas econômicos contêm tantos erros materiais que é uma questão de tempo até que fracassem.

Não estou seguro, porém, de que já estejamos próximos do ocaso de figuras como Donald Trump. Ao contrário, nesta semana em particular, ele vive um momento de glória, a ponto de alguns analistas já darem sua reeleição como quase inevitável.

A reeleição é sempre mais provável do que a alternância, mas, numa democracia, nunca está garantida.

Ganham gravidade, assim, as escolhas dos democratas nas primárias. Eles podem optar por um candidato mais radical, como Bernie Sanders e Elizabeth Warren, ou mais centrista, como Pete Buttigieg, Joe Biden e Michael Bloomberg.

O ímpeto dos integrantes do partido é pelo primeiro tipo. O gesto de Nancy Pelosi rasgando o discurso de Trump é fortemente sugestivo disso. Mas analistas sempre lembram que moderados tendem a ter mais apelo com o eleitor médio.

A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, rasga cópia do discurso de Trump - Olivier Douliery - 5.fev.2020/ AFP

Se o objetivo é resgatar a democracia liberal, tão importante quanto derrotar Trump é restaurar a funcionalidade do sistema bipartidário, para o que é necessário um líder que aposte no diálogo e não no confronto com os republicanos. Mas a polarização é tamanha que tenho dúvida de que um presidente capaz dessa façanha consiga antes obter a indicação nas primárias.

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