Ilona Szabó de Carvalho

Presidente do Instituto Igarapé, membro do Conselho de Alto Nível sobre Multilateralismo Eficaz, do Secretário-Geral. da ONU, e mestre em estudos internacionais pela Universidade de Uppsala (Suécia)

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Ilona Szabó de Carvalho

Em busca de soluções coletivas

O que as organizações da sociedade civil podem fazer para provocar mudanças?

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O mundo está mais complexo, interdependente e instável do que nunca. O ritmo acelerado da mudança política, econômica e tecnológica gera rupturas e transformações em governos, empresas e sociedades como um todo.

Há uma grande incerteza sobre o futuro. Há também menos clareza sobre como implementar soluções coletivas e sustentáveis para enfrentar nossos desafios comuns mais urgentes no momento em que mais precisamos de comprometimento e ação conjunta. 

Paradoxalmente, a integração de nossos sistemas globais e nacionais também acelerou as desigualdades. Isso, por sua vez, está provocando reações e desilusões generalizadas, sobretudo em países democráticos maduros e emergentes.

As frustrações e o medo têm sido terreno fértil para a ascensão de governos populistas com tendências autoritárias, de esquerda e de direita. 

Nesse cenário, fica ainda mais evidente que os Estados e o “mercado” sozinhos não foram e não serão capazes de responder à imensa quantidade de problemas que atingem a humanidade.

Abre-se cada vez mais espaço para a participação de cidadãos, e a atuação de organizações da sociedade civil organizada (OSC) se torna mais relevante que nunca. 

Há diversos tipos de OSC. Algumas adotam abordagens de diálogo crítico com autoridades, outras fazem pesquisas para embasar o aprimoramento de políticas públicas e atuam para influenciar o debate público e governantes na tomada de decisão.

Há também aquelas que representam categorias profissionais e sociais e as que atuam diretamente com grupos mais vulneráveis da população, em parceria com governos, setor privado e organismos multilaterais.

Porém, depois de anos de ampliação dos espaços de participação social, em vários países essas organizações começam a ser atacadas por grupos radicais e por autoridades do Estado. Muitas delas já veem sua atuação prejudicada e, em alguns casos, ameaçada. 

Assim como as universidades e os veículos da imprensa, as OSC são alvos prioritários de líderes que não respeitam opiniões divergentes e são avessos ao diálogo democrático.

Portanto, em uma era de disparidades crescentes, aprofundamento da polarização e expansão do populismo, a sociedade civil precisa repensar seu modus operandi para continuar provocando mudanças positivas nas sociedades onde atuam.

É sobre isso que refletirei nos próximos meses de 2019, em uma breve estada na Universidade Columbia, em Nova York.

Após quase duas décadas trabalhando nesse campo também conhecido como terceiro setor, essa reflexão não poderia ser mais oportuna e necessária.

Partirei da minha própria vivência profissional com a construção de redes e campanhas sobre o controle responsável de armas, políticas de drogas, e engajamento cívico, passando pela coordenação de processos internacionais como a Comissão Global de Políticas sobre Drogas e pela cofundação e administração de um think and do tank global —o Instituto Igarapé. 

Levarei comigo muitas perguntas: Qual é o papel de organizações da sociedade civil no século 21? Como essas organizações podem melhor contribuir para o fortalecimento das democracias representativas? Que novas estratégias podem ser usadas por elas para salvaguardar os bens públicos globais?

A cultura cívica vibrante da Universidade Columbia e da cidade de Nova York oferece um ambiente único para a reflexão proposta.

Sou consciente do privilégio de ter essa oportunidade, e como parte do meu dever cívico, dividirei insights e descobertas com vocês. Reflexões e ideias são muito bem-vindas.

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