Ivan Marsiglia

Jornalista e bacharel em ciências sociais, Ivan Marsiglia é autor de “A Poeira dos Outros”.

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Jogo político

Bicampeão da Libertadores, Flamengo domina o Twitter, mas o Fla-Flu nacional continua

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A conquista da Copa Libertadores da América pelo time de maior torcida do Brasil —com 20% da preferência, segundo o Datafolha de 2019— tomou conta do Twitter desde o fim de semana. Mas nem hashtags vitoriosas, como #FlamengoBicampeaoLibertadores2019, escaparam do assunto preferencial da plataforma: o polarizado jogo político nacional. 

Vítima, na semana passada, da inveja de colegas de profissão no Brasil, o técnico português Jorge Jesus partiu para o campo de ataque: @ESPNagora “Jesus diz que Flamengo tem time para ganhar do Liverpool e dispara: ‘Final da Libertadores foi bem melhor que a da Champions’.”

No link compartilhado pela emissora esportiva, Jesus afirma, em referência à liga europeia decidida em Madri num jogo truncado entre Liverpool e Tottenham: “Quem viu essa partida vai perceber o nível que essa final teve. Foi melhor que o nível da Champions”.

Mal soou o apito final no Estádio Monumental de Lima, autoridades foram ao Twitter cantar “Flamengo até morrer”. 

O vascaíno @jairbolsonaro anunciou pode ir à final do Mundial de Clubes, no Qatar: “`Parabéns @Flamengo, campeão da Copa Libertadores da América 2019! Partida emocionante e histórica. Isso é futebol! O Mengão é o Brasil no Mundial de Clubes. Estaremos na torcida!”

Também entrou em campo —no caso, literalmente— o governador do Rio, o corintiano @wilsonwitzel. E virou piada nas redes o drible que levou ao se ajoelhar aos pés do atacante Gabigol. Registrado, entre outros, pelo repórter @andrecaramente: “Um menino da Vila jamais decepciona! O @gabigol (‘A postos pro seu general’ – Marighella) deu um drible perfeito no aproveitador e déspota Wilson Witzel (PSL), governador do Rio de Janeiro e violador dos Direitos Humanos.”

Atento na defesa, o governador correu ao Twitter postar uma foto ao lado do “ídolo”. @wilsonwitzel “Chegou a hora de comemorar com a torcida no Rio. @Gabigol, o nome do jogo! @Flamengo, bicampeão da Libertadores.”

O jornalista e biógrafo de Carlos Marighella, @mariomagalhaes_, exultou: “Nesta madrugada amalucada, sonhei, como tanta gente, que num só fim de semana o Flamengo conquistou a Libertadores e o Brasileiro. Por favor, não me acordem.”

Seu colega e xará, @mariosabinof, editor do site O Antagonista, preferiu cobrar a diretoria do clube: “O Flamengo será também campeão moral se usar uma parte dos 85 milhões que embolsou com a vitória na Libertadores para as famílias dos 10 garotos que morreram no incêndio no Ninho do Urubu.”

Coube ao meia @ReinerJesus_10 a justa homenagem que o clube ficou devendo: “Cheguei no Flamengo com 12 anos. Cresci no clube e fiz amigos desses que a gente mete bronca e bate no peito pra chamar de irmão. Tem 10 garotos do ninho que tão pra sempre guardados no meu coração. E se hoje eu posso dizer que sou campeão da Libertadores é porque a gente sonhou junto.”

Morte súbita

Do professor de política internacional da UFMG, @dbelemlopes: “Já lhes havia ocorrido que o 17 é 1x7 – placar daquele fatídico jogo de 2014? Maktub.”

A cor da bola

Desabafo do jornalista da ESPN Brasil, @lbertozzi: “Presidente do Brescia responde o que acontece com Balotelli: ‘É negro, o que devo dizer? Está trabalhando para se clarear, mas está com dificuldade’. Chegamos ao fundo do poço. Não há mais para onde descer depois disso, não é possível.”

Alçapão

O lançamento do novo partido do presidente da República chamou a atenção na plataforma. A repórter de política do portal de notícias @Metropoles, @euvinhal, anotou: “Hoje, no lançamento do Aliança pelo Brasil, novo partido de Jair Bolsonaro, uma placa com o nome da sigla feito com projéteis de vários calibres roubou a cena no fim do evento. Foi dado de presente ao presidente.”

Ex-revista Veja, o jornalista @ricardosetti observou: “A Aliança pelo Brasil de Bolsonaro tem raízes fascistas? O fato é que o documento de lançamento do partido usa várias vezes as palavras ‘Deus’, ‘pátria’ e ‘família’, que juntas são o lema da falecida Ação Integralista Brasileira (foto), de Plínio Salgado: ‘Deus, pátria e família’.”

A colunista do jornal O Globo e comentarista da GloboNews foi direta: @flaviaol “Desde o início de 2019, são evidentes os sinais de que o país caminha para o Estado de extermínio e impunidade. Ontem, o presidente da República lançou a Aliança pelo Brasil, cuja marca foi feita com quatro mil cartuchos. Oficializou-se a necropolítica.”

Representatividade

Resposta dada no Instagram pela apresentadora do Jornal Hoje, da Rede Globo, Maria Júlia Coutinho, ao emocionante vídeo de uma garotinha negra identificando-se com ela na TV: @majucoutinho “Eu me segurei para não respostar, mas não dá pra resistir. Olha a fala dessa pequena: ‘Esse aqui é meu cabelo! E o meu vestido é amarelo, yellow’.”

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