A ação dos interventores no estado do Rio ainda não está entendida pela população, por falta de informações sobre objetivos e métodos, e a intervenção entra em nova fase sob críticas e rejeição ampliadas.
As mortes de soldados do Exército em incursões nas favelas, nesta semana, estão vistas como frustrante reprodução da tática de mortandade mútua de criminosos e policiais.
Avaliar a ação interventora até aqui é arriscado, dada a possibilidade de avanços não conhecidos.
Trabalho há; novidade, não. Daí o novo aspecto negativo que a intervenção traz, implícito na recusa dos militares de estender sua ação além de dezembro, como informado ao repórter Rubens Valente pelo ministro Raul Jungmann.
Qualquer intervenção representa, por si só, a desqualificação do preexistente. Ao que a intervenção vem acrescentando transformações, ainda em processando, no sistema dito de segurança e nos quadros policiais.
O pouco que se sabe indica não se tratar de meta atingível em poucos meses. Logo, se não houver redução duradoura da criminalidade e a reforma das polícias não se completar até dezembro, a intervenção militar deixará a segurança pública em condições piores do que encontrou: o velho sistema aos pedaços e o novo interrompido. Com a criminalidade na desenvoltura habitual.
"Missão cumprida" era uma expressão de que os militares gostavam muito.
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