Tem mais de 40 anos de profissão. É formado em ciências sociais pela USP. Escreve às segundas, quintas e domingos.
Uma sova de criar bicho
FÁCIL, EXTREMAMENTE fácil a vitória do Corinthians sobre o despersonalizado Flamengo diante de 30 mil torcedores no Maracanã.
Sem Paolo Guerrero e sem Emerson Sheik o Flamengo é pouco mais que uma piada sem graça.
O 3 a 0 deveria ter sido 4 a 1, não fossem a ruindade de Vágner Love e a de um dos bandeirinhas: o centroavante, que já havia perdido o primeiro gol alvinegro, feito por Elias no rebote, desperdiçou também o quarto, dado por Rildo; e Jonas marcou em situação legal para o Flamengo, mas foi assinalado um impedimento quando dois adversários lhe davam condição de jogo.
O prejudicado foi o Grêmio, que estaria no terceiro lugar do Corinthians pelo critério de gols marcados, pois ambos empatariam em pontos e no saldo.
Nada que mude o preço do dólar depois de uma rodada em que Galo e Fluminense obtiveram resultados de quem quer o título – fora de casa, contra os difíceis Ponte Preta e Furacão, 2 a 0 sem maiores dificuldades e 2 a 1, graças a Fred, nos acréscimos.
Mas nestes tempos de consumo fácil, de avaliações apressadas, uma vitória, ou uma série delas, a tudo transforma.
Atacante que faz gol, então, vira craque e, se marca dois, passa a ser gênio, como Alexandre Pato na festiva manhã do Morumbi, com 60 mil torcedores.
A categórica vitória corintiana não fez do jogo o "clássico dos gigantes da América", como querem as áreas de marketing do dois mais populares times do continente.
Ao contrário, quando o primeiro tempo terminou no Rio, com o segundo gol alvinegro, marcado por Uendel, a sensação que se tinha era de um jogo de anões e nada além disso.
O segundo tempo foi melhor, é verdade, mas nada de excepcional e se Jadson completou o placar aproveitando belo passe de Elias é de se lamentar que, suspenso, ele não possa estar em campo contra o Galo, no próximo sábado, em Itaquera.
A surra aplicada pelos alvinegros paulistas nos rubro-negros cariocas não foi por acaso, porque a diferença técnica entre os dois setores de meio campo justifica a goleada, agravada pela ausência dos dois ex-atacantes corintianos, Guerrero e Sheik.
Mas os três volantes do Flamengo, se garantiram maior volume aos anfitriões, não deram para o começo em criatividade quando confrontados com os ex-rubro-negros Renato Augusto e Elias, além de Jadson, outro ex-rubro-negro, mas paranaense.
O Brasileirão vai valendo pelo extremo equilíbrio e quase só por isso, porque o futebol apresentado consegue ser do nível da seleção brasileira,exceção feita ao Galo e ao Sport.
Sim, ao Sport, como o Palmeiras pôde sentir na pele no ótimo 2 a 2 que trouxe da Arena Pernambuco.
AO MPF
O Ministério Público Federal talvez tenha uma surpresa se visitar o apartamento de José Maria Marin, em São Paulo, para conferir a procedência dos quadros que ocupam suas paredes.
A visita, ao menos, serviria para acabar com rumores e maledicências.
Livraria da Folha
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