Neste sábado (3) cerca de 4 mil sócios do Corinthians escolherão seu presidente do próximo triênio.
Desde a queda de Alberto Dualib, em 2007, um mesmo grupo político comanda o clube mais popular de São Paulo, embora os nomes dos presidentes tenham mudado: Andrés Sanchez, Mário Gobbi, hoje rompido com a situação, e Roberto Andrade governaram pelo movimento "Renovação e Transparência" –que pouco renovou, apesar de ter modernizado o estatuto, e abandonou a transparência, a ponto de anunciar em euros transações feitas em dólares, como a venda de Jô para o futebol japonês, além de pagar comissões na casa de 30% para empresários amigos.
Para não falar de como construiu dívida impagável ao erguer a Arena Corinthians, objeto da Lava Jato.
Sanchez, deputado federal do baixo clero do PT, é novamente o candidato e dele se sabe o que esperar: truculência no linguajar, crescimento da dívida, e insegurança jurídica porque alvo, no STF, por gozar de foro especial, de denúncias por crimes tributários e propinas na construção do estádio.
Caso não se reeleja para a Câmara, corre o risco de prisão.
Roque Citadini, da chapa "Corinthians mais forte", na eleição passada teve 43% dos votos, e é o principal concorrente da oposição.
Se eleito promete se afastar do Tribunal de Contas do Estado, apesar de não dizê-lo com todas as letras e da óbvia incompatibilidade das duas funções, porque a presidência de um clube do tamanho do Corinthians exige dedicação exclusiva.
Seu discurso permanece o de outras campanhas, mas, se vencer, promete se opor à CBF.
Há mais três candidatos.
Um para constar, o ex-delegado Romeu Tuma Júnior, figura apenas folclórica que busca popularizar seu nome para se candidatar a deputado nas eleições de outubro. Um Enéas que usurpa a marca "Democracia Corinthiana" na chapa.
Outro é Paulo Garcia, que há anos entra e sai da disputa, dono da Kalunga.
O candidato com melhores ideias, e único com plataforma que possa ser chamada de programa de gestão, é o advogado Felipe Ezabella, da chapa "Corinthians Grande".
Seu grupo, originalmente apoiador da primeira eleição de Sanchez, e a de Gobbi, quando o Corinthians ganhou o Mundial de Clubes, encomendou à séria Universidade do Futebol um diagnóstico aprofundado da situação do clube, acompanhado de modernizadoras sugestões para revolucionar os métodos da administração alvinegra.
Quando encomendou o estudo não pretendia lançar candidatura, mas oferecê-lo aos candidatos na esperança de algum deles abraçá-lo para, então, receber seu apoio.
No processo de discussão das conclusões do programa o grupo sentiu adesão significativa entre os sócios e resolveu se submeter a voto.
Confia que possa ser contemplado pela ânsia de mudança, do novo, mas rejeita comparações com o prefeito João Agripino Doria.
Em resumo: Sanchez será mais do mesmo; Citadini e Garcia podem significar tirar o Corinthians das páginas policiais, como Ezabella, que traz o compromisso de introduzir o clube no século 21.
O risco é o de deixar tudo como está com a prevista vitória da situação.
A esperança é a surpresa das urnas.
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