Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Clássico não teve brilho previsto, mas Palmeiras segue absoluto

Como habitual, faltou apetite para que time alviverde se impusesse como poderia

Antônio Carlos, do Palmeiras, levanta a mão em comemoração ao gol de Borja em jogo contra o Santos, na tarde deste domingo (4)
Antônio Carlos, do Palmeiras, comemora gol de Borja em jogo contra o Santos, na tarde deste domingo (4) - Cesar Greco/Ag. Palmeiras

No segundo minuto já estava 1 a 0 para o único time da Série A brasileira com aproveitamento 100% nos estaduais.

No sexto, quase Lucas Lima ampliou ao mandar a cobrança de falta na trave santista.

Tudo indicava que o Palmeiras faria valer sua massacrante superioridade e atropelaria o Santos diante de quase 38 mil torcedores.

Mas, como habitual no futebol brasileiro, faltou apetite para que o time alviverde se impusesse como poderia, os praianos conseguiram quebrar o ritmo do jogo e até exigiram uma grande defesa de Jailson, em cabeçada de Sasha.

A diferença, no primeiro tempo, estava em que Antônio Carlos venceu Vanderlei na cabeçada dele, ao complementar escanteio batido por Dudu.

O segundo tempo foi diferente, mais movimentado.

Porque os anfitriões trataram de partir para cima novamente e logo Borja acertou um belo chute para fazer 2 a 0.

Pareceu sim que o Palmeiras golearia e que a previsão de uma vitória por mais de dois gols aconteceria.

Não aconteceu.

Uma bobeada da arbitragem e um vacilo da defesa esmeraldina permitiram a Renato diminuir a diferença.

Não passou de um susto.

Porque em nenhum momento a vitória esteve ameaçada, e o Palmeiras seguiu absoluto em sua caminhada, dez gols marcados, apenas três sofridos, em cinco jogos com vitórias inquestionáveis.

Porque a supremacia é mesmo respeitável.

Qual time brasileiro pode se dar ao luxo de, ao fazer três substituições, trocar Dudu, Tchê Tchê e Lucas Lima por Keno, Bruno Henrique e Gustavo Scarpa?

Rara leitora, raro leitor, o Palmeiras pode.

Ou melhor: só o Palmeiras pode!

O que lhe possibilita também puxar o freio de mão e controlar seus jogos como quiser, mesmo que queiramos vê-lo mais impetuoso, com vontade de aniquilar os rivais, não deixar pedra sobre pedra.

Verdade que é começo de temporada e compreensível a prudência, para ninguém se machucar.

O time vai ganhando confiança, a certeza de que pode e de que devagar tem tudo para ir longe.

São seus adversários quem têm de se preocupar, o Corinthians, por exemplo, que irá recebê-lo no próximo dia 25, um domingo de Dérbi.

Ou o São Paulo, que o visitará dia 7 de março, quarta-feira.

Não foi um Palmeiras e Santos à altura do que ambos já fizeram ao se encontrar. Só um aperitivo. Mas valeu.

MAIS DO MESMO?

O que mudará no Corinthians como modelo de gestão?

O fato de Andrés Sanchez ter sido reconduzido à presidência com 34% dos votos revela que se houvesse segundo turno provavelmente ele não seria eleito, mas aí culpa é da oposição incapaz de se unir, não dele.

A hostilidade de que foi vítima, deplorável como aconteceu, dá a medida de tempos turbulentos num clube de tantos torcedores e tão poucos eleitores.

O que pode mudar, para melhor, é o marketing e, sobretudo, a renegociação do estádio, porque ficarão a cargo de alguém que, ao contrário de Sanchez, sabe fazer contas: Luis Paulo Rosenberg.

Rosenberg tem verdadeira admiração, dessas incompreensíveis, por Sanchez.

Como tantos têm, ele e o colunista incluídos, por Lula.

Exatamente pelos que o ex-presidente da República incluiu.

Não é o caso de Sanchez.

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