Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Papai sabe nada

Neymar pai reage com pedras contra quem critica seu filho porque o quer bem

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Neymar pai em conferência de imprensa do Paris Saint-Germain, na França
Neymar pai em conferência de imprensa do Paris Saint-Germain, na França - Christian Hartmann - 4.ago.2017/Reuters

Quem quer o bem de Neymar: seus críticos ou seu pai? Por mais mal que lhe faça, é óbvio que Neymar pai só quer o bem do filho.

Apenas não percebe que ao mimá-lo em demasia obtém o resultado contrário ao seu desejo e não apenas por envolvê-lo em confusões gigantescas nos contratos por ele negociados até ao vendê-lo para o adversário do Santos, o Barcelona, dias antes de ambos decidirem o Mundial de Clubes da Fifa.

Ou ao não alertá-lo para deixar a ganância de lado e recusar fazer campanhas publicitárias para cervejas, porque não fica bem para um esportista com tantos fãs jovens, submetidos ao risco do alcoolismo.

Nem importa se a CBF e sua cervejaria patrocinadora acionaram a concorrente na Justiça por considerar ter havido uso indevido da imagem da seleção brasileira e da marca de bebidas, noutro rolo.

Neymar pai vai além.

Reage às críticas do comentarista Walter Casagrande Júnior da pior maneira, ao chamá-lo de abutre e ao desqualificá-lo por ser dependente químico.

Casagrande, que há anos luta com bravura contra a doença e consegue vencê-la, teria razão até para acusar Neymar de ser propagandista do mal que o afetou.

Mas não, limitou-se a criticar o individualismo do craque e a seu inegável comportamento de menino mimado.

Dissimulado, papai sabe nada sequer teve coragem de citar o nome do comentarista da Globo e, tosco, há de imaginar que Casagrande, ex-jogador tão bem sucedido que ganhou o título de campeão europeu pelo Porto em 1986/87, quer ver Neymar derrotado na Copa do Mundo da Rússia.

Não entende a intenção dos críticos, todos unânimes em torno do talento de seu rebento, exatamente no sentido de fazê-lo parar para pensar no futebol como jogo coletivo e de contato.

Razão pela qual Neymar precisa aprender a passar a bola e a não reagir descontroladamente como fez contra o Real Madrid, quando só por complacência da arbitragem não terminou expulso ao simular uma falta depois de amarelado ao entrar por trás de seu marcador.

Qual é o receio dos que não passam a mão na cabeça de Neymar?

O de que ele faça na Copa do Mundo deste ano o que fez na Copa América ao deixar a seleção brasileira na mão, capaz de ser expulso até depois de jogo terminado.

É preciso, rara leitora e raro leitor, ser muito estúpido para supor haver algum brasileiro amante do futebol empenhado na desgraça de Neymar.

Certamente há alemães, espanhóis, franceses, argentinos, decididos a provocá-lo, a ver seu pavio curto explodir.

Fica aqui uma pergunta: se você pudesse escolher para jogar no seu time entre Neymar e Lionel Messi quem escolheria? E entre ele e Cristiano Ronaldo? Mais: entre o ex-santista e o belga Kevin De Bruyne?

E-mails para a Redação.

SAN-SÃO

O clássico de hoje no Morumbi serve para agitar um pouco a pasmaceira do Paulistinha.

Porque dos maiores sacrifícios recentes foi ter de assistir Corinthians 0 x 1 São Bento, na Arena Corinthians deserta, poucas horas depois de ter visto Real Madrid 3 x 1 PSG, no Santiago Bernabéu lotado.

Parecia outro esporte. E era.

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