Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Com os classificados definidos, agora vai começar o Paulista

Terminada a insossa 1ª fase do Paulistinha, oito times começam a dar alguma graça ao torneio

O jogador Gustavo Scarpa, da SE Palmeiras, comemora seu gol contra a equipe do Ituano FC, durante partida válida pela décima segunda rodada, do Campeonato Paulista, Série A1, no Estádio Novelli Junior.
Gustavo Scarpa comemora seu gol marcado na vitória do Palmeiras sobre o Ituano - Cesar Greco/Ag. Palmeiras

ENTRE 17 de janeiro e 11 de março, quase dois meses, foram 12 rodadas cuja monotonia só foi quebrada pelos clássicos, tristes para os são-paulinos, entre os quatro grandes do futebol de São Paulo.


Todos, apesar da pífia campanha do time tricolor, classificados para as quartas de final do Campeonato Paulista que deixa para trás a fase no diminutivo.


Acabou o Paulistinha!


Agora, a partir do próximo fim de semana, é possível que tenhamos emoção, porque o mata-mata pode provocar alguma surpresa.


Será catastrófica aparição do inesperado se o Novorizontino eliminar o Palmeiras.


Um pouco menos, mas ainda assim um tsunami se o Bragantino derrubar o Corinthians.


Menor ainda, mas por causa da tradição, se o Botinha desclassificar o Santos.


Algum risco parece correr o São Paulo --e não é preciso muito latim para explicar por quê.


O Tricolor tem feito a escolha pela inconstância e como quem não vê um palmo adiante do nariz atira para todos os lados.


Apesar disso, apenas o mais crédulo dos torcedores do São Caetano apostará todas as suas fichas no Azulão.


Ao Palmeiras bastará entrar em campo com a vontade e o futebol mostrados no primeiro tempo contra os rivais do Morumbi.


Ao Corinthians, ainda em momento de ajustes, mas com a sua cara de sempre, restará se impor com a camisa acostumada a se dar bem nos embates dentro do estado e do país.


O desafio do Santos é um pouco mais complicado, não só pelo tamanho do adversário como, principalmente, porque sua nova direção parece uma biruta que tem espalhado insatisfação entre os jogadores ao instalar um clima de insegurança em todos os setores do clube, graças ao atrapalhado presidente José Carlos Peres e seu ar de déspota nada esclarecido, ainda por cima incapaz de honrar sentado o que promete em pé. Ou vice-versa.


Se tudo sair dentro da normalidade, o que não é normal no futebol, teremos os quatro grandes nas semifinais.


Daí, com muita boa vontade, poderemos dizer que haverá um Paulistão pela frente, mas nada que apague a sonolência vivida até aqui.


Corinthians x Santos e Palmeiras x São Paulo são os candidatos a disputar as semifinais e não farão nada além da obrigação.


Qualquer intruso significará crise para quem for alijado e mesmo quem não chegar às finais pagará um preço incômodo, embora, aí, venha a ser um exagero.


Porque os campeonatos estaduais perderam seu sentido a tal ponto, e não é de hoje, que nem mesmo o vice-campeão é visto com bons olhos e o campeão não passa a ser tratado como já foi em priscas eras.

Que santistas e são-paulinos perdoem, mas a grande final para enobrecer o torneio seria (será?) entre Corinthians x Palmeiras, o de maior rivalidade em São Paulo e o que voltou a ser o mais badalado nos últimos tempos.


Oportunidade para o Alviverde quebrar a desagradável sequência de quatro Dérbis com derrotas e para o Alvinegro novamente mostrar que o dinheiro não é tudo.


Até lá falta muito e importante para Corinthians, Santos e Palmeiras serão seus jogos pela Libertadores contra o venezuelano Deportivo, o uruguaio Nacional e o peruano Alianza.

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