Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Neymar pode mostrar que o raio cai duas vezes na seleção

Lesão pode significar, numa visão de Poliana, a repetição da história de 2002

Robinho chegou a ser visto como o raio que caiu duas vezes na Vila Belmiro.

O primeiro, é claro, foi o Rei Pelé.

Não durou e acaba sua carreira apenas como bom jogador, além de condenado por estupro.

Era querer muito, dar ao Santos um segundo presente de tal magnitude.

Não demorou muito e surgiu Neymar para mostrar que a Vila Belmiro é mesmo palco de milagres.

Se Neymar não é ainda o número 1 do mundo, é o do Brasil, como muito tempo para ganhar o planeta.

Eis que agora a maior esperança brasileira na Copa do Mundo na Rússia que se aproxima é forçado a parar por causa de uma fissura, para simplificar, no dedinho do pé direito.

Sua ausência no jogo de volta em Paris, no próximo dia 6, pelo PSG, contra o Real Madrid, já é suficientemente frustrante para ele e para a expectativa criada em torno do jogo que os madridistas vencem por 3 a 1.

O passo fundamental para Neymar buscar o lugar mais alto no pódio na disputa com Lionel Messi e Cristiano Ronaldo está adiado.

Se não bastasse, mais uma vez, como na Copa no Brasil, ele estará fora do jogo contra a Alemanha, em Berlim, dia 27 deste mês. Sim, apenas um amistoso, mas nunca mais, depois do 7 a 1, Alemanha e Brasil será um simples amistoso.

Tudo muito triste, nada como gostaríamos que fosse.

O ideal seria vê-lo comandando a improvável, e portanto histórica, remontagem sobre os espanhóis —e em campo contra os germânicos.

Muito pior seria se a fissura pusesse em risco a participação na Copa, com estreia brasileira marcada para o dia 17 de junho, contra a Suíça.

Não só não põe como pode significar, numa visão de Poliana, a repetição do raio Neymar, agora caindo pela segunda vez na seleção brasileira.

Porque assim aconteceu com Ronaldo Fenômeno na Copa de 2002, na Ásia.

Também ele veio de cirurgia e muito mais grave, porque no joelho praticamente destruído. 

Ronaldo pouco jogou na temporada de 2002 para brilhar fisicamente inteiro, embora ainda com o joelho inspirando cuidados, na Copa que terminou como artilheiro, com oito gols e, mais importante, como campeão ao marcar duas vezes na final contra a... Alemanha.

Também Rivaldo vinha de lesão antes da Copa asiática e acabou por ser o melhor jogador do torneio na avaliação de Luiz Felipe Scolari, o técnico que apostou nos dois e os viu voar na Copa, depois de deixar Romário fora da disputa.

Vai que acontece o mesmo com Neymar e ele chega zerado para disputar os jogos nos gramados russos, livre do desgaste imposto pela Liga dos Campeões da Europa, diferentemente do que pode acontecer com Messi, Cristiano Ronaldo, De Bruyne.

Vocês se lembram, rara leitora e raro leitor, como Zinedine Zidane chegou estropiado na Copa de 2002? E Ronaldinho Gaúcho na de 2006? E Cristiano Ronaldo na de 2014?

Sabe o que há de comum entre eles? Foram campeões e principais jogadores da Liga dos Campeões naqueles anos.

Não ao Galo

Por falar em Felipão, ele recusou convite do Atlético Mineiro para voltar a trabalhar em Belo Horizonte, onde se deu muito bem no Cruzeiro ao ganhar a Copa Sul-Minas em 2001 e ser chamado para dirigir a seleção brasileira.

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