Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

O Brasil está pronto para enfrentar qualquer time do mundo

A seleção brasileira mostrou competitividade ao vencer a Alemanha

Gabriel Jesus comemora ao lado de Fernandinho e Philippe Coutinho o gol da vitória da seleção brasileira sobre a Alemanha, em Berlim
Gabriel Jesus comemora ao lado de Fernandinho e Philippe Coutinho o gol da vitória da seleção brasileira sobre a Alemanha, em Berlim - Michael Sohn/Associated Press

Euforia alguma, mera constatação: a seleção brasileira mostrou para quem duvidasse que pode jogar contra quaisquer times do mundo de igual para igual.

Se ganhará ou não é detalhe, embora tenha vencido, e bem, o misto quente alemão, com titulares importantes como Kroos e com alguns dos jogadores que conquistaram a Copa das Confederações no ano passado na Rússia.

A rara leitora e o raro leitor talvez se lembrem que aqui se fez a pergunta, depois do extraordinário jogo entre Alemanha e Espanha: “Temos futebol para enfrentá-los?”.

Na busca da resposta ponderava-se: “Há que confiar porque para nenhum dos jogadores canarinhos os adversários são desconhecidos e todos eles estão acostumados, na Europa, a jogar em altíssimo nível”.

A resposta veio em Berlim para comprovar.

Num embate diferente, no qual os brasileiros quebraram o ritmo alucinante do primeiro tempo entre espanhóis e alemães, comandados por Iniesta, de um lado, e Kroos, do outro.

Se não foi um grande espetáculo o de Berlim; se Daniel Alves outra vez errou passes fáceis; se Gabriel Jesus mostrou que ainda não está 100%, embora, abençoado, tenha feito outra vez um gol que pode ter significado histórico mais adiante quando for contado o ano de 2018 para nosso futebol, a vitória por 1 a 0 tem valor emocional além do resultado.

Porque o desempenho não decepcionou e porque com um pouco de sorte e pé na forma poderia ter sido por 3 a 0. Aí, espantaria, assustaria o mundo, como atemoriza o 6 a 1 da Espanha sobre a Argentina, mesmo sem Lionel Messi. 

Não por afastar os argentinos da luta pela Copa do Mundo, mas por aproximar ainda mais os espanhóis.
Com três volantes golear os germânicos seria até perigoso, por mais que o trio seja de jogadores com bom passe e poderio ofensivo.

Desnecessário falar da importância do equilíbrio na organização de um time, tão importante que times menos talentosos são capazes de enfrentar de igual para igual equipes mais talentosas. Que a seleção chegará organizada à Rússia está óbvio e o acréscimo da criatividade e dos dribles de Neymar aumentará escandalosamente seu poder de fogo.

Como nunca estamos contentes e sempre queremos mais, o jovem Arthur, do Grêmio, cairia (cairá?) sob medida tanto na organização quanto na adição de talento.

DÉRBI NA FINAL

O Santos saiu de cabeça erguida e o Palmeiras ficou, mas com as calças na mão, só nos pênaltis e mais uma vez graças a Jailson, a Muralha Tranquila.

O Palmeiras não é o bicho-papão que todos achávamos. 

E o Corinthians conseguiu daquelas vitórias que caracterizam sua história.

Com um gol que parecia improvável, já nos acréscimos, na cabeça do baixinho Rodriguinho que levou aos pênaltis em mais uma noite de Cássio, primeiro contra o experiente Diego Souza, de novo, e depois contra o garoto Lizieiro, além do travessão, mais preto e branco do que nunca em Itaquera.

Palco no sábado (31) do jogo de ida de um Dérbi que promete mais drama e, infelizmente, pouco futebol.

Porque bom espetáculo é artigo em falta nos times brasileiros, ao contrário do que mostra a seleção.

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