O Bragantino vencia por 1 a 0 e jogava melhor que o Corinthians no segundo tempo, no Pacaembu.
Então Romero, em posição de impedimento, atrapalhou a saída do goleiro Alex Alves.
O assoprador de apito ignorou e o Corinthians empatou, com uma cabeçada de Balbuena que caiu lentamente na rede.
Era injusto, mas ainda assim estava de bom tamanho para o time de Bragança Paulista.
Estava nada.
Para surpresa ampla, geral e irrestrita, dois rebotes sem culpa do goleiro Cássio culminaram em mais dois gols para os interioranos, num 3 a 1 surpreendente e que obrigaria o Corinthians a vencer por três gols de diferença para se classificar sem pênaltis nas semifinais.
Mas daí apareceu um chute milagroso do menino-xodó Pedrinho, da intermediária, a três minutos do fim, para diminuir o tamanho do desafio em Itaquera.
O 3 a 2 deixa o Corinthians na mesma situação do São Paulo, em busca de uma vitória por dois gols, em casa, ou por um para levar aos pênaltis.
O Bragantino tem por que reclamar, não de Pedrinho, é claro, mas da arbitragem.
Ou talvez não tenha.
É bem possível que, em Bragança, a arbitragem visse a falta que valeu o primeiro gol corintiano.
Como o Bragantino escolheu jogar na cidade do rival, tem mais é que se conformar por ter aberto mão de sua vantagem.
Imagine quanto mais ganharia se chegasse às semifinais...
Chegará?
VELHO HORIZONTE
Está o Palmeiras virtualmente semifinalista. Outra vez, como no ano passado, ao eliminar o mesmo Novorizontino.
Fez 3 a 0 e não deixou dúvidas, embora o goleiro Jaílson tenha trabalhado acima das expectativas porque a bola aérea permanece um problema para a defesa alviverde, apesar de não ter sofrido um gol sequer nos jogos pelo interior.
NOVO TORMENTO
Segue o São Paulo como favorito contra o São Caetano. Desde que, amanhã (20) à noite, sabe-se lá em que clima no Morumbi, faça um pouco do que não fez na derrota por 1 a 0 na jogo de ida: jogue futebol.
A ausência do desinteressado Cueva deve preencher uma lacuna. Seu talento é proporcional à sua malemolência.
GALEANO VIVE
Morto em 2015, o estupendo escritor uruguaio Eduardo Galeano voltará às livrarias brasileiras entre abril e maio com textos inéditos, pela L&PM Editores.
"Fechado por motivo de futebol" é o título do livro com metade dos textos já publicados esparsamente nos diversos veículos para os quais colaborou, incluindo uma longa e reveladora entrevista para a revista argentina "El Gráfico".
Fosse apenas isso e seria mais que suficiente. Mas não.
Seus editores e amigos trazem à luz 50% de artigos recentemente descobertos com a poesia e o espírito crítico inconfundíveis de Galeano.
O título remete ao hábito que ele tinha de, em épocas de Copa do Mundo, dedicar-se exclusivamente a assistir aos jogos, razão pela qual punha um cartaz, escrito do próprio punho, na porta de sua casa para informar que não estava para ninguém.
Valerá a pena esperar pela obra de quem um dia escreveu que "o futebol é a única religião que não tem ateus".
Palavra de quem teve o privilégio de ler, por gentileza dos editores, suas 230 páginas.
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