Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri
Descrição de chapéu Copa do Mundo

A Copa está aberta, e clube de vencedores pode aumentar

O corintiano que encontrou Blatter antes de nós, o Kroos que não chora e a sinceridade russa

Moscou

Portugal está como aqueles times que obtêm resultados mesmo jogando pior que os rivais. Assim foi contra Espanha, quando Cristiano Ronaldo empatou o jogo em 3 a 3. Depois, inferior à seleção de Marrocos, Cristiano Ronaldo fez o gol solitário da partida.

Nesta segunda (25), de novo o Irã era melhor em noite ruim do CR7, até que Quaresma, de trivela!, fez 1 a 0, gol que garantiu, no fim, o empate em 1 a 1, mas pôs o Uruguai no caminho português.

Por enquanto, Portugal honra o título europeu em busca da ressurreição mundial. A Copa está aberta. O clube de vencedores pode aumentar para oito.

Ao chegarmos ao requintado Hermitage Hotel, em São Petersburgo, para entrevistar Joseph Blatter, Camila Mattoso, Diego Garcia, Sérgio Rangel e eu encontramos um jovem hóspede com a camisa da CBF. Contrariado, nos disse que havia encontrado com o ex-cartola e perguntado se o Palmeiras tinha Mundial. Corintiano, não havia gostado da resposta. Voltamos ao tema com Blatter que, entre gargalhadas, feliz com sua peraltice, confirmou: "Pra mim o Palmeiras é campeão mundial".

O cartola, suspenso por seis anos do futebol pela Fifa, acha que polêmicas desse tipo fazem bem ao esporte e, afinal, foi em sua gestão, para agradar os brasileiros antes da Copa de 2014, que a entidade que presidia mandou o fax que alegrou a torcida palmeirense. Blatter parece não ter entendido que nem todos os brasileiros gostaram da brincadeira. Principalmente os corintianos, são-paulinos e santistas.

Mas deplorável mesmo, para quem diz gostar de futebol, foi vê-lo não dar a menor pelota para o jogo de seu país, a Suíça, contra a Sérvia, embora com um televisor à sua frente. Blatter nem viu o segundo tempo. Preferiu ir jantar.

*

Você notou? Que Kroos não chorou ao fazer contra a Suécia o gol que provavelmente manterá a Alemanha em busca do pentacampeonato? O fator emocional é, às vezes, mais importante que o técnico em qualquer disputa.

Os russos são diretos e não gostam de demagogia nem por educação. Se você pergunta a um deles se gostou de sua roupa e ela ou ele não gostaram, a resposta é sem rodeios: "Não, não gostei". Também na narração de jogos da Rússia. Os gols uruguaios foram tratados friamente. Está certo.

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