Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri
Descrição de chapéu Copa do Mundo

Hora de TPM, a tensão pré-mundial

Os sintomas são claros e nem é preciso de especialistas para diagnosticar

Brasileiros seguram réplica da taça da Copa do Mundo perto do Kremlin, em Moscou
Brasileiros seguram réplica da taça da Copa do Mundo perto do Kremlin, em Moscou - Dmitri Lovetsky/Associated Press
 
Sochi

Mulheres e homens que gostam de futebol, ou apenas de Copas do Mundo, e há muitas e muitos, vivem dias de TPM: a tensão pré-mundial.

Os sintomas são claros e nem é preciso de especialistas para diagnosticar: ansiedade, desejo de que a Copa comece logo, irritação com os teóricos da conspiração que juram que o torneio já está comprado e medo.

Muito medo do jogo da estreia contra a Suíça. Se fosse contra o Suriname a tremedeira seria a mesma.
Pode ver, pode pesquisar.

Quando acaba o sorteio dos grupos feito pela Fifa, meio ano antes do começo da Copa, todos nós somos só otimismo e tranquilidade e é quase unânime a certeza de que a seleção brasileira não só estará nas oitavas como será a primeira colocada.

À medida que os dias contados para a estreia diminuem, aparecem as análises mais cuidadosas, aprofundadas, porque afinal nada é fácil no futebol, está tudo muito equilibrado, o futebol é imprevisível e todo cuidado é pouco.

Ressuscita-se o ferrolho suíço e a TV lembra que a Suíça já foi eliminada de uma Copa, a de 2006, na Alemanha, no quarto jogo, nas oitavas de final, portanto, e sem sofrer nenhum gol depois de empatar com a França (que chegou à final), vencer a Coreia do Sul e Togo e perder nos pênaltis para a Ucrânia. Faz 12 anos!

Ou seja, o jogo em Rostov deverá ser duríssimo e a zebra não deve ser descartada porque preciso é o relógio, não o futebol.

O pior é que a TPM não se esgota nem com vitória no jogo inaugural.

Permanece para o segundo embate e até que a tão alardeada classificação tranquila se materialize.
Ainda mais que o adversário seguinte, em São Petersburgo, na sexta-feira (22), é a perigosa Costa Rica que, saiba a rara leitora, saiba o raro leitor, saiu invicta na Copa disputada no Brasil.

Invicta como a Suíça, embora sua defesa tenha sido vazada, derrotada no quinto jogo, nas quartas de final, também nos pênaltis e contra a Holanda, terceira colocada ao vencer o Brasil por 3 a 0, no Mané Garrincha.

Na fase de grupo os costa-riquenhos derrotaram simplesmente o Uruguai e a Itália e empataram com a Inglaterra.

Antes da famigerada Copa de 2014 seu grupo era chamado de o "grupo da morte", mas para os três campeões mundiais, que só teriam um jogo fácil, o contra a Costa Rica...

Que eliminou a Grécia nas oitavas.

É ou não para estar com TPM?

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