Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Tite, por escolha dele mesmo, se tornou refém de Neymar

Meninos de Tio Sam levaram lição dos liderados pelo camisa 10, o dono da bola

Bobagem perguntar para que servem amistosos como os contra os Estados Unidos e El Salvador. Porque é claro que servem para treinar a seleção brasileira, para engordar os cofres da rica CBF, embora sem dinheiro para implantar o VAR e parar o chororô no Brasileiro, e servem, sobretudo, para mostrar como a Casa Bandida é incapaz de obedecer ao calendário mundial do futebol ao desprestigiar e enfraquecer seu próprio campeonato.

Soberano mesmo, o Brasil.

Não obedece a ONU e nem obedece a FIFA.

O jogo contra os Estados Unidos serviu, também, para revelar como Tite, por escolha dele mesmo, se tornou refém de Neymar.

O popstar se apresentou à seleção vestido como se fosse banana e, ao virar capitão do time, apesar de ridicularizar seus novos companheiros com brincadeiras típicas de moleques nas redes antissociais, igualou o técnico à fruta que usou como roupa.

Ora, ninguém tem nada a ver com a indumentária de nosso craque que rolou como a melhor piada da última Copa do Mundo, na Rússia.

Nem com o fato, segundo o próprio, de ele preferir calar ao ser criticado, esquecido de que falou, mas em anúncio de lâmina de barbear, porque a cara é de pau, mas o bolso é de ouro.

Todos podem, no entanto, lembrar de Bellini, de Mauro, de Carlos Alberto, de Dunga e de Cafu, os capitães que ergueram as taças do pentacampeonato, e ressaltar, com ponto de exclamação: “Que diferença!”.

Ou recordar de outros capitães, mesmo derrotados, como Sócrates, na Espanha, ou, na Rússia, de Miranda: “Que diferença!”.

E o jogo?

Ora, o jogo demonstrou como os jovens sobrinhos de Tio Sam foram impotentes diante dos experientes sobrinhos do capitão.

Nem foram à Copa do Mundo passada e acabaram castigados pelos brasileiros.

Nem bem o jogo começou em Nova Jersey e Roberto Firmino culminou arrancada de Douglas Costa para abrir o placar.

Depois, no fim do primeiro tempo, o assoprador de apito inventou um pênalti e o capitão converteu.

O 2 a 0 ficou modesto para o que se esperava da seleção em terceiro lugar no ranking da Fifa contra o 22º, o suficiente para os jovens americanos aprenderem que têm de comer muito amendoim para enfrentar os mimados brasileiros, num embate que pouco serviu para testar quem quer que seja.

Porque Casemiro e Douglas Costa, os melhores em campo, são mais que conhecidos.

E uma esperança como o gremista Everton só entrou em campo para a CBF justificar sua injustificável ausência no Gre-Nal deste domingo (9). 

Domingo em três cores

O torcedor são-paulino tem motivos de sobra para ser ainda mais tricolor nesta tarde em Porto Alegre, porque nunca um Gre-Nal teve tanta importância em sua vida.

Torcer pela vitória do Grêmio, se vier, servirá para acalmar os ânimos de quem não aprovou o VAR e hoje se queixa de um pênalti que a ferramenta mostraria não ter acontecido em Belo Horizonte. Apesar de o Inter, contra o Cruzeiro, também na capital mineira, ter sido beneficiado por um gol mal anulado que poderia ter valido a derrota do Inter. O VAR mostraria que não houve falta no gol cruzeirense.

Além do mais, sem precisar adotar o preto e branco, torcer contra o verde e branco será outra empreitada são-paulina.

O Dérbi paulistano servirá como prova dos nove se havia ou não razão para certos corintianos torcerem pela queda na Libertadores para evitar nova eliminação imposta pelo Palmeiras, embora o alviverde vá jogar com reservas.

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