Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

O Boca Juniors teve de engolir o 4º título de seu rival na Copa Libertadores

River Plate venceu a decisão disputada em Madri por 3 a 1

Jogadores do River Plate comemoram título da Libertadores-2018 - Sergio Perez/Reuters

Rebaixado no Campeonato Argentino em 2011, campeão mundial em 1986, o River Plate é tetracampeão da Libertadores depois de tê-la conquistado em 1986/96 e 2015.

Para fazer jus à conquista do clube chamado de Los Millonarios, fez a festa no Santiago Bernabéu, o estádio do clube mais rico, e vencedor, do planeta bola.

E, quem sabe, poderá vencer o anfitrião no Mundial de Clubes da Fifa, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

Seria o ideal para minimizar a vergonha que culminou com a decisão na casa do Real Madrid, que anda mal das pernas.

O Boca Juniors foi melhor que o River Plate desde o começo de um jogo muito mais tenso que jogado, tanta coisa estava em disputa num embate de 105 anos.

Erros de passes fáceis, três cartões amarelos ainda no primeiro tempo, poucas jogadas armadas, menos para o famoso toco e me vou portenho e mais para o bato e fico, bem de acordo com o atual nível do futebol que se joga neste lado do mundo. 

Chances de gol para valer só mesmo o time xeneize criou no primeiro tempo, até Benedetto dar o ar de sua graça e abrir o marcador no fim dos 45 minutos iniciais, graças a um lançamento primoroso de Nandez.

Como não poderia deixar de ser, o artilheiro do Boca mostrou a língua para um rival na comemoração.

Quem mostrou os dentes no segundo tempo foi o River, em busca de não passar em branco pela capital espanhola.

Aos 22 minutos, chegou a vez do Millonarios deixar tudo em Lucas Pratto limpíssimo, com belo gol do centroavante ex-Galo e São Paulo para empatar.

O jogo tinha ficado muito bom, para espanhol nenhum botar defeito, e como a final do mundo não queria acabar, veio a prorrogação.

Para desgraça da maior torcida argentina, Barrios foi expulso nem bem começou o tempo extra e 11 contra dez ficou impossível segurar o River, caudaloso, capaz de virar no começo do segundo tempo da prorrogação e fazer 3 a 1 no fim, quando o goleiro xeneize Andrade estava no campo de ataque.

Segundos antes o Boca Juniors mandou na trave a bola que levaria a decisão à marca do pênalti.

Em vez de “plateado pela luna”, como na Melodia de Arrabal, o colombiano Wilmar Barrios ficará marcado pela falta burra que lhe valeu a expulsão e praticamente resolveu o jogo.

Como o River ainda teve um pênalti não assinalado do goleiro Andrada em Pratto, não há o que contestar.

Fogão à venda?

A possibilidade de os irmãos João e Walter Moreira Salles entrarem no Botafogo do coração deles é motivo de entusiasmo e preocupação entre os torcedores do Glorioso.

Há quem veja neles o papel desempenhado por outros apaixonados que tiraram seus clubes da falência. 
Por outro lado, há quem refute a ideia de o Botafogo ter dono.

Tudo ainda é muito precoce, depende de auditoria que só ficará pronta em março do ano que vem, mas uma coisa é certa: não há motivo algum para duvidar das boas intenções da dupla de irmãos.

Dificilmente se encontrarão quatro melhores mãos para ajudar o Botafogo a voltar a ser relevante no cenário nacional.

Como não há por que imaginar que tamanha generosidade possa ser a solução para os clubes brasileiros se tornarem autossustentáveis.

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