Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Os ingleses puseram quatro times nas oitavas de final da Champions. E daí?

Os inventores do futebol moderno nunca foram capazes de liderar o futebol mundial e nem mesmo o europeu

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​Os inventores do futebol moderno nunca foram capazes de liderar o futebol mundial e nem mesmo o europeu, a não ser entre os anos 1977 e 1983, quando clubes ingleses ganharam todas as taças de campeões da Europa: o Liverpool ganhou três vezes, o Nottingham Forest duas e o Aston Villa uma.

Na época, ainda nem existia a Premier League para organizar, desde 1992, o mais belo, rico e extenuante de todos os campeonatos nacionais.

Mesmo assim, de lá para cá, apenas quatro vezes os súditos de Sua Majestade levantaram a taça europeia, com o Manchester United em 1999 e 2008, o Liverpool, em 2005, e o Chelsea, em 2012.

Lembremos que os dois últimos foram derrotados na decisão do Mundial de Clubes da Fifa pelo São Paulo e pelo Corinthians, respectivamente. A duras penas, mas derrotados, com Rogério Ceni e Cássio eleitos os melhores dos jogos, ambos vencidos por 1 a 0, gols de Mineiro e Guerrero, que até rimam.

Lembremos, também, que entre 1986 e 1990, o futebol inglês foi banido do torneio europeu graças aos hooligans.

Tudo isso para registrar a chegada triunfal para a fase de mata-mata da Liga de Campeões cujos confrontos serão conhecidos na segunda (17).

Só a Inglaterra terá quatro representantes, com os dois times de Manchester, o City e o United, o Liverpool e o Tottenham.

A Espanha, maior ganhadora da Champions, com 18 títulos, irá com seus três gigantes —Real Madrid (13 vezes campeão), Barcelona (cinco) e Atlético de Madri— assim como a Alemanha, com Bayern de Munique, Borussia Dortmund e Schalke 04.

Itália e França com dois, Juventus e Roma e PSG e Lyon, completam a lista de 16 times com o jovem e belo time do Ajax holandês e o luso Porto.

Chegou a hora da Inglaterra ganhar seu 13º título, superar a Itália e se isolar em segundo lugar?

Ou o Inglês é tão desgastante, porque disputado como se vida estivesse em jogo a cada partida, que na hora agá os britânicos fraquejam?

Vejam a rara leitora e o raro leitor o que é a programação deste final de ano no Campeonato Inglês: tem jogo na véspera da véspera do Natal, dia 23, na data imediatamente seguinte ao Natal, 26, no dia 30, e nos dias 1º e 2 de janeiro, sem dó nem piedade, com neve ou sem neve, porque o dinheiro é farto e, muito, demasiadamente exigente.

Difícil dizer o quanto a dureza do torneio acaba por prejudicar o desempenho na reta final da Liga dos Campeões.

Seja como for, não será desculpa arrogante.

Porque se os inventores não quiseram participar das três primeiras Copas do Mundo, ao alegar que sabiam ser os melhores e não precisarem se dar ao trabalho de mostrar, desde 1950, quando estrearam, e foram eliminados pelos Estados Unidos, em Belo Horizonte, ficaram mais humildes.

A ponto de só terem vencido uma Copa, a de 1966, em casa, e com direito a fortes suspeitas de favorecimento.

Corinthiano?

Sofrido, e até injusto, o esperado título da Copa Sul-Americana chegou para enaltecer o Atlético Paranaense que virou, outra vez, Athletico, como nasceu.

A questão agora é saber se o atleticano do Paraná vai virar athleticano. Desconfia-se que não.

Porque os corretores automáticos não deixam e se as redações deixarem será justo voltar a escrever corinthiano. Deixarão?

Aliás, mais que uma dúvida, trata-se de uma pergunta mesmo a quem de direito.

E antes da resposta, uma sugestão/provocação: corinthianos, escrevam para a redação e exijam a volta do agá.

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