Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

A expectativa das torcidas

O futuro é promissor para 65% dos brasileiros; será mesmo?

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Diz o Datafolha que 65% dos brasileiros estão otimistas em relação ao novo governo.

Embora índice menor desde a redemocratização, contingente respeitável.

Que não seja novo autoengano, como nós, brasileiros, gostamos de cometer.

Apenas um presidente pode se orgulhar de ter deixado o poder com aprovação maior no fim do mandato do que a pesquisada no começo.

Lula assumiu com 76% de otimismo e, oito anos depois, terminou com 87% de apoio.

Como seria uma enquete entre os torcedores dos quatro grandes paulistas para 2019?

Por ordem alfabética, comecemos pelos corintianos.

A maioria deles encara a temporada com mais esperança que no ano passado, quando o time campeão brasileiro de 2017 foi desmanchado com requintes de crueldade.

Acima de quaisquer contratações, a boa expectativa alvinegra está depositada na volta de Fábio Carille, o treinador que extraiu leite de pedra em sua primeira passagem.

Ao Corinthians deve sobrar a possibilidade, remota, de vencer um dos três torneios que disputará no regime de mata-mata, nos quais nem sempre o melhor vence: o Paulistinha, a Copa Sul-Americana e a Copa do Brasil.

Não é muito diferente a situação dos santistas, agora sob o comando do irrequieto argentino Jorge Sampaoli.

Mergulhado em dívidas como o rival alvinegro, o Santos só poderá contar com as surpresas que fazem do futebol o esporte mais apaixonante e popular do Planeta Bola.

Os são-paulinos vivem outros sonhos. De Soberano a alvo de piadas na última década, o São Paulo se arma para retomar o protagonismo, se não como campeão de tudo, ao menos como quem possa disputar títulos de igual para igual com seus adversários.

Embora no caminho inverso dos alvinegros no que diz respeito ao técnico escolhido, porque é natural a desconfiança em relação ao novato André Jardine, o Tricolor foi quem contratou melhor até agora, com o trio Tiago Volpi, Hernanes e Pablo.

Pena que logo de cara terá uma dura pré-Libertadores para disputar, razão pela qual será conveniente não se desviar do caminho escolhido caso haja eventual frustração nessa primeira empreitada.

Por último, mas não em último, ao contrário, em primeiríssimo lugar, os palmeirenses.

Sem ilusões de termos uma nova Academia, porque o Felipão não é chegado às exigências mais refinadas, os alviverdes podem sonhar alto.

Tríplice coroa, aí considerados os títulos das copas do Brasil e Libertadores e do Campeonato Brasileiro?

Quatro coroas, acrescentada a do campeonato estadual, mesmo com a direção esmeraldina rompida com a FPF?

Ou quíntupla coroa, enfim, com o Mundial?

Por exagero que pareça, e na verdade é no massacrante calendário nacional, o Palmeiras tem elenco para desejar o máximo —e que não se veja na mera constatação a malícia de se botar sobre os ombros palmeirenses responsabilidade maior do que pode arcar.

Acidentes no percurso acontecem e rivais poderosos como Flamengo, Cruzeiro, Grêmio e São Paulo não serão oponentes acidentais.

Seja como for, o Palmeiras é o clube pronto e estruturado para ter novo ano capaz de alegrar sua gente.

Como é desejável que aconteça com o novo presidente da República, por sinal, palmeirense.

Só que Jair Bolsonaro está mais para a inexperiência de Jardine que para o currículo de Felipão.

Apesar de, ideologicamente, estar próximo deste e não daquele.

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