O Red Bull só enfrentará o Santos se garantir o que parece certo: sua classificação em segundo lugar no Grupo A do Paulistinha para as quartas de final.
O clube-empresa que mora em Campinas e joga no campo da Ponte Preta faz campanha surpreendente, só inferior à do Santos, porque supera a do milionário Palmeiras em gols marcados (12 a 10), já que empatam em pontos ganhos (18), número de vitórias (5) e saldo de gols (6).
Até aqui o RB empatou como mandante com o Palmeiras, com o São Paulo como visitante e ainda como tal venceu o Corinthians.
O técnico é Antônio Carlos Zago, ex-zagueiro vitorioso em busca de afirmação como treinador.
O jogador de melhor currículo é o goleiro Júlio César, aquele que o Corinthians revelou, campeão brasileiro em 2011, e que perdeu a posição para Cássio em 2012, ao falhar exatamente nas quartas de final do campeonato estadual quando o Alvinegro acabou eliminado pela Ponte Preta, ao perder por 3 a 2, com duas falhas dele.
Seria muito bom, mas muito bom mesmo, se o Red Bull fosse assim uma Ferroviária dos anos 1960, ou uma Ponte Preta ou Guarani dos anos 1970.
Mas ainda não é, embora bem organizado, fisicamente forte e que se vira no ambiente geral de mediocridade que apenas o Santos ousa desafiar em São Paulo, como o Fluminense busca no Rio, sem o sucesso santista por absoluta pobreza técnica, e o Grêmio consegue no panorama nacional.
Para o Paulistinha virar Paulistão, sabe-se, é preciso que, pelo menos, as finais sejam entre os grandes, algo que o Red Bull pode impedir.
Porque como se viu na vitória do Santos sobre o Oeste por 3 a 2, no minuto derradeiro, o time de Jorge Sampaoli sacode a pasmaceira ao se expor aos contra-ataques, ainda sem ter achado a melhor movimentação defensiva capaz de suportar sua audácia no ataque.
De resto, os duelos que pintam nas quartas ao faltarem três rodadas não chegam a ser animadores, embora dois deles favoráveis aos grandes Palmeiras e Corinthians: ao Alviverde deve caber Guarani ou Novorizontino, em dois jogos pouco desafiadores. E, ao Alvinegro, em fase de Robin Hood, como se viu novamente no pobre 1 a 1 com o São Bento, mas sem vacilar na hora de matar ou morrer, pinta a Ferroviária ou o Bragantino, mais perigosos.
A dúvida entre os grandes tem nome, sobrenome e três cores: o São Paulo FC.
Verdade que a vitória obtida no segundo tempo sobre o Bragantino por 2 a 0 deu uma certa aliviada na vida tricolor, agora na liderança de seu grupo.
Mas o futebol apresentado segue devendo e muito.
O primeiro tempo em Bragança Paulista foi lamentável, e o segundo só foi melhor porque Diego Souza e Nenê entraram no jogo, justamente dois dos malditos para o torcedor.
Sem se dizer que o primeiro gol, o de Pablo, teve a cara do Paulistinha: bola quebrada do goleiro Tiago Volpi, toque de cabeça de Diego Souza no cotovelo de um zagueiro e a sobra para o centroavante estufar a rede.
O São Paulo ainda precisará jogar mais para se garantir nas quartas.
Tudo dito, não será surpresa se o Red Bull Brasil ganhar o título.
Sem grande time, sem torcida, sem estádio, será, se for, um campeão à altura do Paulistinha.
Mas, estamos de acordo, é preciso dar asas à imaginação para vislumbrar semelhante novidade.
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