Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Descrição de chapéu Campeonato Paulista

Com segunda melhor campanha do Paulista, Red Bull ameaça os grandes

Clube-empresa de Campinas faz campanha surpreendente, só inferior à do Santos

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Em sua segunda partida como titular do São Paulo, Antony escapa da marcação de dois jogadores no empate sem gols do time tricolor contra o Red Bull, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista
Em sua segunda partida como titular do São Paulo, Antony escapa da marcação de dois jogadores no empate sem gols do time tricolor contra o Red Bull, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista - Mauro Horita/Folhapress

O Red Bull só enfrentará o Santos se garantir o que parece certo: sua classificação em segundo lugar no Grupo A do Paulistinha para as quartas de final.

O clube-empresa que mora em Campinas e joga no campo da Ponte Preta faz campanha surpreendente, só inferior à do Santos, porque supera a do milionário Palmeiras em gols marcados (12 a 10), já que empatam em pontos ganhos (18), número de vitórias (5) e saldo de gols (6).

Até aqui o RB empatou como mandante com o Palmeiras, com o São Paulo como visitante e ainda como tal venceu o Corinthians.

O técnico é Antônio Carlos Zago, ex-zagueiro vitorioso em busca de afirmação como treinador.

O jogador de melhor currículo é o goleiro Júlio César, aquele que o Corinthians revelou, campeão brasileiro em 2011, e que perdeu a posição para Cássio em 2012, ao falhar exatamente nas quartas de final do campeonato estadual quando o Alvinegro acabou eliminado pela Ponte Preta, ao perder por 3 a 2, com duas falhas dele.

Seria muito bom, mas muito bom mesmo, se o Red Bull fosse assim uma Ferroviária dos anos 1960, ou uma Ponte Preta ou Guarani dos anos 1970.

Mas ainda não é, embora bem organizado, fisicamente forte e que se vira no ambiente geral de mediocridade que apenas o Santos ousa desafiar em São Paulo, como o Fluminense busca no Rio, sem o sucesso santista por absoluta pobreza técnica, e o Grêmio consegue no panorama nacional.

Para o Paulistinha virar Paulistão, sabe-se, é preciso que, pelo menos, as finais sejam entre os grandes, algo que o Red Bull pode impedir.

Porque como se viu na vitória do Santos sobre o Oeste por 3 a 2, no minuto derradeiro, o time de Jorge Sampaoli sacode a pasmaceira ao se expor aos contra-ataques, ainda sem ter achado a melhor movimentação defensiva capaz de suportar sua audácia no ataque. 

De resto, os duelos que pintam nas quartas ao faltarem três rodadas não chegam a ser animadores, embora dois deles favoráveis aos grandes Palmeiras e Corinthians: ao Alviverde deve caber Guarani ou Novorizontino, em dois jogos pouco desafiadores. E, ao Alvinegro, em fase de Robin Hood, como se viu novamente no pobre 1 a 1 com o São Bento, mas sem vacilar na hora de matar ou morrer, pinta a Ferroviária ou o Bragantino, mais perigosos.

A dúvida entre os grandes tem nome, sobrenome e três cores: o São Paulo FC.

Verdade que a vitória obtida no segundo tempo sobre o Bragantino por 2 a 0 deu uma certa aliviada na vida tricolor, agora na liderança de seu grupo.

Mas o futebol apresentado segue devendo e muito.

O primeiro tempo em Bragança Paulista foi lamentável, e o segundo só foi melhor porque Diego Souza e Nenê entraram no jogo, justamente dois dos malditos para o torcedor.

Sem se dizer que o primeiro gol, o de Pablo, teve a cara do Paulistinha: bola quebrada do goleiro Tiago Volpi, toque de cabeça de Diego Souza no cotovelo de um zagueiro e a sobra para o centroavante estufar a rede.

O São Paulo ainda precisará jogar mais para se garantir nas quartas.

Tudo dito, não será surpresa se o Red Bull Brasil ganhar o título.

Sem grande time, sem torcida, sem estádio, será, se for, um campeão à altura do Paulistinha.

Mas, estamos de acordo, é preciso dar asas à imaginação para vislumbrar semelhante novidade.

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