Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Corinthians e Santos são os únicos tri-tricampeões paulistas

Será o jogo do ataque santista, o melhor do certame com 21 gols, contra uma das três melhores defesas

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O técnico do Corinthians, Fábio Carille
O técnico do Corinthians, Fábio Carille - Agustin Marcarian/Reuters

Em casa, o Corinthians segue na busca de seu quarto tricampeonato, para se juntar aos que conquistou em 1924, 1930 e 1939. Muito antigamente, portanto, só o último no profissionalismo.

O Santos chegou aos seus tris em 1962, 1969 e outro dia mesmo, em 2012, ou seja, na era de ouro do futebol brasileiro e já no ocaso.

O eventual quarto tri almejado pelos anfitriões deste domingo (31) na Arena Corinthians dará, além do 30º título estadual, a possibilidade de, no ano que vem, se houver Paulistinha, o clube igualar o Paulistano, único tetracampeão, em 1919.

(O “se houver Paulistinha” não é informação, mas apenas o desejo da coluna...).

O Corinthians pode, ainda, se igualar ao Santos neste século com sete títulos.

Pode. Antes tem de superá-lo e, depois, ganhar as finais.

Campanha por campanha, sabe-se, a do Santos é melhor. Mais: futebol por futebol também o do Santos é superior.

Verdade que já jogaram duas vezes na temporada e empataram em ambos, 1 a 1 no amistoso e primeiro jogo do ano e 0 a 0 já pelo campeonato, sempre em Itaquera.

Trata-se do tal do jogo grande em que o Corinthians tem se saído bem —assim como o rival, invicto em clássicos. 

De certa forma será o jogo do ataque santista, o melhor do certame com 21 gols, contra uma das três melhores defesas.

O Corinthians vindo de dois sofridos empates em 1 a 1 com a Ferroviária pelas quartas de final e o Santos de vitória (2 a 0) e empate (0 a 0), contra o líder do campeonato na fase de grupos, o Red Bull.

O Timão não foi bem em nenhum dos jogos e o Peixe, desfalcado, foi melhor nas duas partidas.

Paradoxalmente, a presença artilheira de Gustagol induz o alvinegro da capital a abusar das ligações diretas e das bolas na área como se fosse um time inglês do passado.

Já o praiano joga com a bola nos pés e pelo chão.

Qualquer que seja o resultado alcançado por Jorge Sampaoli ele terá feito muito ao levar seu time a disputar o título em igualdade com os três rivais mais ricos.

Lembre-se que o curto elenco santista jogou as quartas sem Cueva, Derlis González e Soteldo, a serviço das seleções peruana, paraguaia e venezuelana. 

Ao Corinthians só faltou Fagner, na brasileira, mas Michel Macedo deu conta do recado, até mais eficaz e sereno na defesa.

Ataque contra defesa?

Diz-se do DNA santista, com toda razão, que o gol está lá, indelevelmente registrado.

Sofrer gols nunca traumatizou os santistas, nem mesmo se do Ituano, como os cinco da quinta rodada.

A história registra em 1958, 1961 e 1964, por exemplo, o Palmeiras fazendo seis, o São Paulo três e o Corinthians mais quatro, em retaguardas santistas.

Só que nesses mesmos clássicos os ataques comandados por Pelé fizeram sete, seis e sete: 7 a 6 no Palmeiras, com três gols de Pepe e só um do Rei; 6 a 3 no São Paulo com quatro dele e outros quatro no 7 a 4 contra o Corinthians.

Eram outros tempos, tempos de uma escrita de 11 anos, entre 1957 e 1968, sem nem uma vitória corintiana sequer pelo Campeonato Paulista. 

Em 22 jogos, 16 vitórias santistas, 63 gols a favor contra 30! Um estupor.

Assim mesmo a vantagem corintiana é grande na história do clássico mais antigo de São Paulo: no geral, 130 vitórias contra 106 derrotas e 96 empates. 

Pelo campeonato estadual será o jogo de número 201, com 81 vitórias e 61 derrotas.

Rigorosamente sem favorito.

Que Fábio Carille também queira um bom jogo.

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