Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Em duelo de técnicos, Corinthians e Santos fizeram belo clássico em Itaquera

0 a 0 não aborreceu nem o torcedor dos dois times nem quem tenha visto apenas por gostar de futebol

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Carille e Sampaoli fizeram neste domingo (10) o segundo enfrentamento entre eles no ano
Carille e Sampaoli fizeram neste domingo (10) o segundo enfrentamento entre eles no ano - Marcello Fim/Ofotográfico/Folhapress

Depois de dois lamentáveis 1 a 1 entre Mirassol e Palmeiras e São Paulo e Ferroviária, Corinthians e Santos resgataram uma certa ideia de futebol.

Era óbvio que Fábio Carille iria querer mostrar antídotos para o jeito de ser de Jorge Sampaoli.

E mostrou durante todo o primeiro tempo quando o Corinthians não permitiu que o Santos impusesse seu jogo, ao marcar com competência e atacar com insistência, embora sem levar grande perigo à meta rival.

Sampaoli que de bobo não tem nada, voltou para o segundo tempo mais agressivo com Cueva e Rodrygo e as mudanças surtiram efeito, com o Santos agredindo e obrigando Cássio a se virar como Vanderlei não precisou fazer nos 45 minutos iniciais.

Era um jogo de xadrez, daqueles que fazem a alegria de analistas táticos, mesmo com o 0 a 0 no placar.

Mais claro do que sempre, os clássicos fazem a vida dos campeonatos estaduais em São Paulo e no país inteiro.

Se contra o São Paulo o Santos havia feito sua melhor apresentação na temporada, embora tenha mostrado outras boas atuações contra os pequenos, o Corinthians, independentemente do resultado final, fez sua melhor partida no ano, dessas de dar confiança para o que vem pela frente.

Fato é que o clássico mais antigo do futebol paulista merecia gol, para qualquer lado.

Diante de mais de 41 mil torcedores, o embate leal e equilibrado marchava para o fim quando Carille lançou mão de André Luís no lugar de Clayson.

O jovem treinador corintiano não queria empatar, em busca de sua terceira vitória nos clássicos desta fase do Paulistinha, já batidos o Palmeiras, na casa verde, e o São Paulo, em Itaquera.

Queria tanto que Mateus Vital, aos 42 minutos, substituiu Boselli, para Love ficar como centroavante.
Em vão.

O empate permaneceu até o fim, o que até foi justo, embora o jogo merecesse gols.

Daqueles 0 a 0 que não aborrecem nem o torcedor dos dois times nem quem tenha visto apenas por gostar de futebol, prov a de que é possível jogar competitivamente e bem, em busca do gol, com a bola no chão, de pé em pé.

​E no duelo dos treinadores, também deu empate, porque se Carille se saiu melhor no primeiro tempo, no segundo Sampaoli complicou a vida dos anfitriões.

O Santos já está classificado e deverá fazer duelo interessante contra o Red Bull Brasil.

O Corinthians está praticamente nas quartas de final e enfrentará a duríssima Ferroviária, outro time que gosta de jogar com a bola no chão e sem complexos contra os grandes, como o São Paulo pôde testemunhar.

São Paulo que melhorou, mas ainda deve.

Falta o Palmeiras jogar um futebol digno do investimento que fez, tanto no Estadual, mas, principalmente, na Libertadores.

Estranho veto

A CBF vetou o Pacaembu porque seu sistema de iluminação é de 600 lux e a entidade exige 800.

Assim, deixou os grandes paulistas sem ter onde jogar em caso de necessidade.

Não consta que torcedores ou TVs se queixem da luz do estádio. Consta que a drenagem do excelente gramado é ótima e que o torcedor adora ver jogos lá.

Não estará em curso uma obscura triangulação entre o governador Agripino Doria, o secretário afastado Kassab e o secretário-menor Feldman, íntimos entre si, para forçar a concessão do Pacaembu?

Não estaria o trio articulado para demonstrar a obsolescência do estádio para Covas, enfim, poder comemorar o primeiro projeto privatizante de Agripino a se concretizar?

Perguntar ofende?

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