Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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A manhã do domingo só podia ter uma companhia: os jogos decisivos na Inglaterra

Não, nem vi Flamengo x Chape enquanto a Premier League era decidida

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O basquete encanta e não perco os jogos da NBA, embora escolha para torcer o time do melhor jogador, desde Michael Jordan.

Nos últimos tempos, apesar da admiração por LeBron James e Kevin Durant, quem me diverte é Stephen Curry, porque aparenta ser normal até desembestar a fazer cestas decisivas e levar o Golden State Warriors aos píncaros da glória.

Os minutos finais de um jogo dos playoffs da NBA só têm um defeito: impedem que você durma, porque, em regra, perto da meia noite ou já de madrugada. Haja adrenalina.

Guardiola levanta a taça da Premier League, a segunda seguida à frente do Manchester City
Guardiola levanta a taça da Premier League, a segunda seguida à frente do Manchester City - Toby Melville/Reuters

Eis que a Premier League resolveu concorrer com a NBA, isto é, os times ingleses resolveram concorrer com os quintetos norte-americanos.

Porque o que o Manchester City, o Liverpool e o Tottenham resolveram guardar para o fim desta temporada não estava previsto em manual algum.

O que aprontaram na Champions já está cantado em prosa e verso e falta apenas o capítulo final, em Madri, dia 1º de junho, entre Liverpool e Tottenham.

Também o que fizeram City e Liverpool na Premier League é digno dos melhores roteiros.
Chegaram à última rodada cabeça a cabeça.

Os azuis do catalão Pep Guardiola com 95 pontos em 37 rodadas; os vermelhos do alemão Jürgen Klopp com 94.

O City fora de casa contra o Brighton.

O Liverpool em casa contra o Wolverhampton.

Com 16 minutos em ambos os jogos, gol em Anfield, para dar o título, que não vem desde 1990, aos Reds.
Aos 26, gol do Brighton, para colorir ainda mais de vermelho o domingo britânico.

Para sorte do City, no minuto seguinte, o argentino Agüero empatou, porque dois minutos mais que ficassem atrás e os comandados de Guardiola, já nervosos e ansiosos enquanto estava 0 a 0, provavelmente não caberiam em si de tensão.

E durante 21 minutos o Liverpool foi campeão inglês, até que, aos 27, Laporte virou para o City e encaminhou a goleada final por 4 a 1 para coroar o bicampeonato, que não acontecia na Inglaterra havia 11 anos, e a estupenda arrancada final dos bicampeões, com nada menos que 14 vitórias seguidas, porque um vacilo seria fatal.

O campeonato terminou com o City com 98 pontos, e 86% de aproveitamento, e o Liverpool com 97 e 85,1%.

Na temporada passada o City fez 100 pontos!

Alguma dúvida sobre quem é o melhor time inglês?

Partindo do pressuposto de que os pontos corridos consagram os melhores, não. Mas mesmo quando a diferença é mínima?

Ora, o Liverpool tem tudo para ser o campeão da Champions, embora o Tottenham também possa ser.
Caso os Spurs vençam, depois de terminar a Premier League em quarto lugar, 27 pontos abaixo do City e 26 do Liverpool, não haverá dúvidas sobre ser o campeão europeu, mas não o melhor time da Europa.

Já em relação ao Liverpool, tenho lá minhas dúvidas, no mínimo diria que cabe discussão, embora o City me agrade mais, lembrando que seu melhor jogador, o belga De Bruyne, passou a maior parte do ano no estaleiro.

Enfim, gosto de basquete, mas gosto mesmo é de futebol.

O futebol que fez Steve Kerr, excelente companheiro de Michael Jordan no campeoníssimo Chicago Bulls, atual treinador do Golden State, homenageá-lo, ao pedir desculpas à sua mãe pelo palavrão em entrevista após a façanha do Liverpool diante do Barcelona: “Como os nossos jogadores, os do Liverpool também são uns gigantes do c...”.


Não, nem vi Flamengo x Chape enquanto a Premier League era decidida.

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