É com imensa satisfação, quase incredulidade, que esta coluna cumpre o dever, e o prazer, de informar que no último sábado (18), o torcedor brasileiro pôde se reencontrar com o bom futebol tanto no Pacaembu, quanto no Maracanã, como no Mineirão.
Não apenas porque viu 12 gols, quatro por jogo em média.
Fundamentalmente porque viu o Palmeiras, o Fluminense e o Atlético, cada um a seu jeito, jogarem futebol de qualidade, respectivamente contra os batidos Santos, Cruzeiro e Flamengo.
O 4 a 0 imposto pelo Palmeiras foi fruto da enorme diferença de força física, psicológica, técnica e tática em relação ao rival.
Como havia feito no Mineirão contra o Atlético, o Alviverde não deixou o Santos respirar e, mais ainda, não se contentou quando pôs dois gols de vantagem.
Buscou novos gols, respeitou o torcedor, Felipão fez trocas para impedir a acomodação.
Mais de 30 mil torcedores saíram felizes da vida do estádio, porque, além da vitória que confirma a liderança e estabelece a incrível marca de 28 rodadas invictas no Brasileiro, o Palmeiras jogou futebol, ótimo futebol.
Não duvide que seja a marca registrada palmeirense na maratona do campeonato por pontos corridos, porque nenhum outro elenco tem as características alviverdes.
A confiança de quem vence sempre, a segurança de quem sabe que sai um meia e entra outro do mesmo quilate, a possibilidade de revezar sem perder qualidade, tudo isso faz do Palmeiras não apenas o adversário a ser batido, mas o a ser invejado, porque nenhum de seus potenciais competidores, —Flamengo, Cruzeiro e Grêmio— concorrem em tantos quesitos.
Já o Fluminense se destaca pela posse de bola, pelo número de passes, pela busca de se impor na ocupação dos espaços e na proximidade de seus jogadores, nem sempre, ainda, pela capacidade de ferir o adversário.
Contra o Cruzeiro, feriu. E como! Quatro vezes.
Sofreu o primeiro gol e virou para 4 a 1, brilhantemente, com dois meninos, João Pedro, 17, e Marcos Paulo, 18, já chamados de novo Casal 20, alusão à dupla Washington/Assis, que brilhou no Flu nos anos 1980.
Mesmo sabendo que enfrentava um time mais qualificado e estrelado, o garotos de Fernando Diniz não se contentaram com a virada, com o 2 a 1. Foram para cima em busca de golear. Deu gosto ver.
Como deu gosto testemunhar a abnegação do Atlético contra o também superior Flamengo.
Inferiorizado tecnicamente, não se intimidou e até fez 1 a 0. Tomou o empate em seguida e ficou com dez jogadores graças à expulsão de Elias ainda no primeiro tempo.
Virou para 2 a 1 no começo do segundo com um gol espírita de Chará e resistiu tão bravamente ao desorganizado assédio carioca que chegou a comover pela resistência, daqueles jogos vencidos com o coração que acabam por agradar pelo drama.
Deu para ir dormir satisfeito de sábado para o domingo.
NO DIA SEGUINTE...
Os torcedores, quase 45 mil, deveriam ter ficado dormindo em vez de ir ao Morumbi, para ver o modorrento 0 a 0 entre São Paulo e Bahia.
Nada do visto na noite anterior se repetiu na ensolarada manhã paulistana.
Faltava Athletico e Corinthians, na Arena da Baixada.
Mesmo contra os reservas paranaenses, o Corinthians levou um baile, correu atrás dos anfitriões por 90 minutos e...ganhou por 2 a 0.
Porque o futebol é imprevisível, muitas vezes injusto e, não raramente, cruel.
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