Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

O bom futebol apareceu no Campeonato Brasileiro

A noite do sábado brindou o torcedor com 3 bons jogos no eixo SP-Rio-Minas

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É com imensa satisfação, quase incredulidade, que esta coluna cumpre o dever, e o prazer, de informar que no último sábado (18), o torcedor brasileiro pôde se reencontrar com o bom futebol tanto no Pacaembu, quanto no Maracanã, como no Mineirão.

Não apenas porque viu 12 gols, quatro por jogo em média.

Fundamentalmente porque viu o Palmeiras, o Fluminense e o Atlético, cada um a seu jeito, jogarem futebol de qualidade, respectivamente contra os batidos Santos, Cruzeiro e Flamengo.

O 4 a 0 imposto pelo Palmeiras foi fruto da enorme diferença de força física, psicológica, técnica e tática em relação ao rival.

Raphael Veiga (à dir.) é cumprimentado após fazer o terceiro gol do Corinthians contra o Santos
Raphael Veiga (à dir.) é cumprimentado após fazer o terceiro gol do Corinthians contra o Santos - Amanda Perobelli-18.mai.19/Reuters

Como havia feito no Mineirão contra o Atlético, o Alviverde não deixou o Santos respirar e, mais ainda, não se contentou quando pôs dois gols de vantagem.

Buscou novos gols, respeitou o torcedor, Felipão fez trocas para impedir a acomodação.

Mais de 30 mil torcedores saíram felizes da vida do estádio, porque, além da vitória que confirma a liderança e estabelece a incrível marca de 28 rodadas invictas no Brasileiro, o Palmeiras jogou futebol, ótimo futebol.

Não duvide que seja a marca registrada palmeirense na maratona do campeonato por pontos corridos, porque nenhum outro elenco tem as características alviverdes.

A confiança de quem vence sempre, a segurança de quem sabe que sai um meia e entra outro do mesmo quilate, a possibilidade de revezar sem perder qualidade, tudo isso faz do Palmeiras não apenas o adversário a ser batido, mas o a ser invejado, porque nenhum de seus potenciais competidores, —Flamengo, Cruzeiro e Grêmio— concorrem em tantos quesitos.

Já o Fluminense se destaca pela posse de bola, pelo número de passes, pela busca de se impor na ocupação dos espaços e na proximidade de seus jogadores, nem sempre, ainda, pela capacidade de ferir o adversário.

Contra o Cruzeiro, feriu. E como! Quatro vezes.

Sofreu o primeiro gol e virou para 4 a 1, brilhantemente, com dois meninos, João Pedro, 17, e Marcos Paulo, 18, já chamados de novo Casal 20, alusão à dupla Washington/Assis, que brilhou no Flu nos anos 1980.

Mesmo sabendo que enfrentava um time mais qualificado e estrelado, o garotos de Fernando Diniz não se contentaram com a virada, com o 2 a 1. Foram para cima em busca de golear. Deu gosto ver.

Como deu gosto testemunhar a abnegação do Atlético contra o também superior Flamengo.
Inferiorizado tecnicamente, não se intimidou e até fez 1 a 0. Tomou o empate em seguida e ficou com dez jogadores graças à expulsão de Elias ainda no primeiro tempo.

Virou para 2 a 1 no começo do segundo com um gol espírita de Chará e resistiu tão bravamente ao desorganizado assédio carioca que chegou a comover pela resistência, daqueles jogos vencidos com o coração que acabam por agradar pelo drama.

Deu para ir dormir satisfeito de sábado para o domingo.

NO DIA SEGUINTE...

Os torcedores, quase 45 mil, deveriam ter ficado dormindo em vez de ir ao Morumbi, para ver o modorrento 0 a 0 entre São Paulo e Bahia.

Nada do visto na noite anterior se repetiu na ensolarada manhã paulistana. 

Faltava Athletico e Corinthians, na Arena da Baixada.

Mesmo contra os reservas paranaenses, o Corinthians levou um baile, correu atrás dos anfitriões por 90 minutos e...ganhou por 2 a 0.

Porque o futebol é imprevisível, muitas vezes injusto e, não raramente, cruel.

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