Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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No Parque das Princesas, França e EUA para ninguém botar defeito

Tente não perder o que promete ser um dos melhores jogos desta Copa

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Às 16h (de Brasília), sob sol forte, sem possibilidade de chuva, com umidade de 31% e temperatura de 33°C, Paris será palco nesta sexta-feira (28) de um grande jogo de futebol.

De um lado, a seleção anfitriã da Copa do Mundo. Do outro, a seleção tricampeã mundial e atual detentora da taça. França e Estados Unidos num embate para ninguém botar defeito.

A meio-campista Amandine Henry, autora do gol da vitória de 2 a 1 da França sobre o Brasil, festeja a classificação da sua seleção na Copa do Mundo
A meio-campista Amandine Henry, autora do gol da vitória de 2 a 1 da França sobre o Brasil, festeja a classificação da sua seleção na Copa do Mundo - Franck Fife/AFP

O Parque dos Príncipes deve receber cerca de 48 mil pessoas para ver a partida válida pelas quartas de final, encontro precoce, mais talhado para ser a finalíssima, mas as deusas dos estádios não quiseram assim.

Por 90 minutos, talvez 120, quem se sabe se até com tiros livres da marca do pênalti, essas mesmas deusas rebatizam o estádio com o nome de Parque das Princesas.

Em 1998, os deuses queriam e conseguiram fazer a decisão entre a anfitriã França e os tetracampeões mundiais brasileiros, no Stade de France, em Saint-Denis, nos arredores da capital.

Agora, como então, quem visita tem o favoritismo, e passará pelo teste da Marselhesa, antes e durante o prélio.

Se as americanas, como os brasileiros, a ouvirão depois é coisa que só saberemos mais tarde.

O que sabemos é que eliminação da seleção brasileira não pode ser motivo para derrubar o interesse pela Copa do Mundo.

Não se trata de cobrar a sua coerência, rara leitora, nem a sua, raro leitor. Muito menos de tentar ser politicamente correto e seguir dizendo que gosta de futebol feminino, porque resultaria apenas em perda de tempo.

Preste atenção na artilheira Alex Morgan, 29 anos, a número 13, e veja se ela não cabe no seu time. Ou na capitã Megan Rapinoe, 33 anos, a número 15, que só faz menos gols do que dá passes para gols, ambos em profusão —além de não cantar o hino americano nem botar a mão no peito, forma que achou para protestar contra a diferença salarial no “soccer” estado-unidense e que já foi motivo para ser criticada por Donald Trump.

Olhe também para a meio-campista francesa Amandine Henry, 29 anos, também capitã de seu time, número 6, capaz de defender e atacar com a mesma competência, além de lançar com precisão e comportar como um verdadeiro motorzinho.

Sim, ela foi a algoz das brasileiras, fez o gol do 2 a 1 na prorrogação e nos lembrou de Thierry Henry, o carrasco de 2006, em lance parecido, embora ambos não tenham nenhum parentesco.

É bem verdade que o horário, às 16h, é prejudicial para quem trabalha ou estuda à tarde, mas tente não perder o que promete ser um dos melhores jogos desta Copa.

É nessas horas, por sinal, que dão graças às deusas quem vive de ver e comentar futebol.

Em Porto Alegre

Pelas quartas da Copa América, nem é preciso falar, às 21h30, hoje teremos Brasil x Paraguai no vexaminoso gramado da Arena Grêmio lotada por 60 mil torcedores —a acreditar na página do torneio onde se lê que estão indisponíveis os ingressos para todos os quatro jogos desta fase e das seguintes.

O mau estado da grama será aliado da boa defesa paraguaia, embora seja difícil entender porque o treinador argentino Eduardo Berizzo escala Junior Alonso ao lado do palmeirense Gustavo Gómez e não o ex-corintiano Balbuena, quatro centímetros mais alto, mais experiente e mais vitorioso.

Como não é fácil explicar por que Tite deixa David Neres no banco e escala Gabriel Jesus pela direita quando se trata de enfrentar a retranca de um time que não terá a petulância peruana.

 

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