Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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A maldição de Lula sobre o Palmeiras, de Jair Bolsonaro

Presidente da República exagera no oportunismo a tentar surfar na onda verde

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O futebol tem muitas histórias de amaldiçoamentos.

Uma delas dá conta de que o técnico húngaro Béla Gutmann, revoltado com o Benfica que não quis aumentar seu salário depois dele ter conduzido o clube ao bicampeonato europeu em 1962, vaticinou: "Sem mim nem em 100 anos o Benfica voltará a ser campeão da Europa".

Lá se vão 57 anos e, de fato, nunca mais o time lisboeta chegou ao topo no continente.

Pois eis que, segundo um passarinho curitibano, o ex-presidente Lula não poupou Jair Bolsonaro ao vê-lo levantar a taça do Campeonato Brasileiro no ano passado, embora tenha sido mais generoso que o treinador magiar: "O Palmeiras vai sofrer depois de hoje".

Presidente Jair Bolsonaro acompanha empate do Palmeiras com Vasco no Allianz Parque - Amanda Perobelli/REUTERS

​Há controvérsias, é claro, porque o Alviverde tem elenco para superar o mau momento que atravessa e nada indica, por exemplo, que será eliminado da Libertadores ao depender apenas do 0 a 0 ou do 1 a 1 contra o frágil argentino Godoy Cruz.

Passará pelas quartas de final provavelmente contra o Grêmio?

Bem, já ficou fora da Copa do Brasil eliminado pelo Inter e se não reencontrar o eixo dificilmente superará o Tricolor dos Pampas, como caiu diante do Tricolor paulista no campeonato estadual.

Ao perder também a liderança para o Santos no Brasileiro, a qual deverá recuperar adiante segundo os prognósticos desta coluna, o desempenho do time dos cartolas, patrocinadores e do técnico bolsonaristas palmeirenses vai dando razão à maldição lulista.
 

O atual presidente da República tem mesmo exagerado no oportunismo ao tentar surfar na onda verde, com o beneplácito da direção do clube, e mereceu as críticas de Walter Casagrande por atrasar o reinício do jogo contra o Vasco, no deplorável 1 a 1 que custou o primeiro lugar do torneio. Já havia passado dos limites na Copa América diante dos bajuladores da CBF e justificado o protesto argentino no Mineirão.

Agora corre o risco de repetir a fama de pé frio de Mick Jagger, o vocalista do The Rolling Stones, e ser ainda mais vaiado do que foi no estádio, alvo de aplausos apenas no setor mais elitizado.

Pior que a maldição de Lula só mesmo a praga que infelicita o Brasil já há mais de 200 dias.

Até quando não se sabe e a dúvida é tão cruel que fica difícil acreditar na bonança depois da tempestade.

Santos, sempre!

É preciso dizer que sempre que o Santos entra em campo já entra perdendo de 1 a 0, gol contra feito pelo presidente do clube. Mesmo assim os comandados de Jorge Sampaoli têm conseguido virar o placar a ponto de liderar o Campeonato Brasileiro.

O treinador argentino agora tem Paulo Autuori para ajudá-lo, um dos poucos gols a favor feitos pelo cartola praiano, embora não se saiba quanto tempo o novo homem forte do futebol suportará a convivência. Outros ótimos profissionais não aguentaram. Gustavo Vieira de Oliveira, William Machado e Ricardo Gomes duraram pouco.

Sampaoli vai ficando aos trancos e barrancos fora do campo e em voo de brigadeiro dentro, agora com seis vitórias consecutivas no campeonato mais importante do país. Contra o Avaí foi até mais difícil do que se imaginava, mas o 3 a 1 não deixa dúvida quanto a quem mandou no jogo.

E mais uma vez o novo líder não se contentou com vantagens mínimas, nem quando fez 1 a 0, nem quando fez 2 a 1 e nem mesmo quando já tinha dois gols de vantagem.

Dá gosto ver o Santos.

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