Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Ao perder dois jogos seguidos, o Palmeiras perdeu a segurança

Obcecado pela tríplice coroa, o time apostou errado no planejamento recente

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O que aconteceu com o Palmeiras?

Quer saber?

Nada, nada de especial.

Nada que já não tenha acontecido com outros times.

Talvez o erro tenha sido escalar os titulares para enfrentar o Inter no Beira-Rio e manter a mesma equipe contra o Ceará para tentar esquecer a eliminação na Copa do Brasil.

Dudu em ação no duelo contra o Godoy Cruz, em Mendoza, pela Libertadores
Dudu em ação no duelo contra o Godoy Cruz, em Mendoza, pela Libertadores - Andres Larrovere/AFP

Sim, é difícil ter frieza para jogar uma partida eliminatória sem sua força máxima.

Mas se a Libertadores e o Brasileiro são, como devem mesmo ser, as prioridades, não há outra coisa a fazer se não escalar o time alternativo na terceira opção, a Copa do Brasil.

Porque, já diziam nossas avós, quem tudo quer, tudo perde.

Obcecado pela tríplice coroa, o Palmeiras apostou errado.

Tivesse jogado com o segundo time, sido eliminado do mesmo jeito e não haveria drama.

Botar o time desgastado para ir de Porto Alegre a Fortaleza, e com o compromisso de voar de lá para Mendoza em novo mata-mata pela obsessão maior, a Libertadores, virou decisão incompreensível.

Os resultados estão aí, com um primeiro tempo contra o Godoy Cruz de fazer chorar e agradecer a Santiago Garcia ter batido tão mal o pênalti que decretaria o 3 a 1 e, possivelmente, a pá de cal no jogo de ida.

Há uma certa arrogância no comando alviverde fruto da dinheirama que ajuda a ganhar títulos, mas não é condição suficiente –às vezes nem necessária.

A hora é de esfriar a cabeça, analisar o que vem dando errado depois da parada para a Copa América, cicatrizar também o trauma do voo aterrador entre Fortaleza e Mendoza e pensar no Vasco.

O reencontro da dupla que mais agitava o futebol brasileiro nos anos 1990, Felipão & Luxemburgo, pode ser a solução para o campeão brasileiro reencontrar, também, o equilíbrio e a segurança que continuam a fazer dele o maior candidato à nova conquista nesta temporada.

Basta não se desesperar, não ouvir aqueles que achavam tudo maravilhoso e hoje acham tudo horroroso.

Porque ao tentar evitar a marola e escalar o time no Ceará como o antídoto para a onda que se desenhava, a derrota quase levou a um tsunami na Argentina.

Perder para o Inter em Porto Alegre até o Liverpool pode perder.

Ser derrotado pelo Ceará é mais complicado e tomar dois gols, quase três, do Godoy Cruz chega a ser alarmante.

Se optou por jogar com os melhores na Copa do Brasil, deveria tê-los poupado para o jogo do torneio continental.

Agora não haverá como botar, na sábado (27), o mesmo time pela quarta vez seguida em espaço tão curto de tempo –o que tornará a segunda prioridade menos prioritária, não sei se é fácil entender.

Por isso, cabeça fria é o recomendável no momento.

Para navegar novamente em águas tranquilas no rumo do bicampeonato brasileiro.

Patológico

Só pode ser um distúrbio cognitivo a insistência de técnicos e torcedores com Alexandre Pato, o talento desperdiçado por uma cabeça dispersiva e individualista, incapaz de entender os fundamentos do jogo que o enriqueceu, mas ainda assim querido por cartolas, treinadores e fãs que insistem com ele.

Não se trata de dizer que o São Paulo goleou a Chapecoense só porque Cuca o tirou do time no intervalo para fazer 4 a 0 no segundo tempo, com três gols nos primeiros dez minutos.

Trata-se de constatar que com Pato o São Paulo não irá a lugar nenhum e sem ele pode ser que vá a algum.

Pato nasceu para ser celebridade e já cumpriu sua saga.

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