O que aconteceu com o Palmeiras?
Quer saber?
Nada, nada de especial.
Nada que já não tenha acontecido com outros times.
Talvez o erro tenha sido escalar os titulares para enfrentar o Inter no Beira-Rio e manter a mesma equipe contra o Ceará para tentar esquecer a eliminação na Copa do Brasil.
Sim, é difícil ter frieza para jogar uma partida eliminatória sem sua força máxima.
Mas se a Libertadores e o Brasileiro são, como devem mesmo ser, as prioridades, não há outra coisa a fazer se não escalar o time alternativo na terceira opção, a Copa do Brasil.
Porque, já diziam nossas avós, quem tudo quer, tudo perde.
Obcecado pela tríplice coroa, o Palmeiras apostou errado.
Tivesse jogado com o segundo time, sido eliminado do mesmo jeito e não haveria drama.
Botar o time desgastado para ir de Porto Alegre a Fortaleza, e com o compromisso de voar de lá para Mendoza em novo mata-mata pela obsessão maior, a Libertadores, virou decisão incompreensível.
Os resultados estão aí, com um primeiro tempo contra o Godoy Cruz de fazer chorar e agradecer a Santiago Garcia ter batido tão mal o pênalti que decretaria o 3 a 1 e, possivelmente, a pá de cal no jogo de ida.
Há uma certa arrogância no comando alviverde fruto da dinheirama que ajuda a ganhar títulos, mas não é condição suficiente –às vezes nem necessária.
A hora é de esfriar a cabeça, analisar o que vem dando errado depois da parada para a Copa América, cicatrizar também o trauma do voo aterrador entre Fortaleza e Mendoza e pensar no Vasco.
O reencontro da dupla que mais agitava o futebol brasileiro nos anos 1990, Felipão & Luxemburgo, pode ser a solução para o campeão brasileiro reencontrar, também, o equilíbrio e a segurança que continuam a fazer dele o maior candidato à nova conquista nesta temporada.
Basta não se desesperar, não ouvir aqueles que achavam tudo maravilhoso e hoje acham tudo horroroso.
Porque ao tentar evitar a marola e escalar o time no Ceará como o antídoto para a onda que se desenhava, a derrota quase levou a um tsunami na Argentina.
Perder para o Inter em Porto Alegre até o Liverpool pode perder.
Ser derrotado pelo Ceará é mais complicado e tomar dois gols, quase três, do Godoy Cruz chega a ser alarmante.
Se optou por jogar com os melhores na Copa do Brasil, deveria tê-los poupado para o jogo do torneio continental.
Agora não haverá como botar, na sábado (27), o mesmo time pela quarta vez seguida em espaço tão curto de tempo –o que tornará a segunda prioridade menos prioritária, não sei se é fácil entender.
Por isso, cabeça fria é o recomendável no momento.
Para navegar novamente em águas tranquilas no rumo do bicampeonato brasileiro.
Patológico
Só pode ser um distúrbio cognitivo a insistência de técnicos e torcedores com Alexandre Pato, o talento desperdiçado por uma cabeça dispersiva e individualista, incapaz de entender os fundamentos do jogo que o enriqueceu, mas ainda assim querido por cartolas, treinadores e fãs que insistem com ele.
Não se trata de dizer que o São Paulo goleou a Chapecoense só porque Cuca o tirou do time no intervalo para fazer 4 a 0 no segundo tempo, com três gols nos primeiros dez minutos.
Trata-se de constatar que com Pato o São Paulo não irá a lugar nenhum e sem ele pode ser que vá a algum.
Pato nasceu para ser celebridade e já cumpriu sua saga.
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