Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Juca Kfouri

Liga dos Campeões já deu aula de por que espetáculo não pode parar

Em Napoli x Liverpool, primeira falta só aconteceu aos 26 minutos do jogo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O Liverpool ganhou os cinco jogos que disputou na Premier League e é o atual campeão europeu.

O Napoli já perdeu um dos três jogos disputados pelo Campeonato Italiano, verdade que para a Juventus de Cristiano Ronaldo e por 4 a 3.

A Série A dominou as atenções do planeta bola durante muito tempo, perdeu sua relevância, hoje leva de goleada do Campeonato Inglês e tenta reocupar espaço.

Nápoles recebeu pela primeira rodada da Liga dos Campeões o fortíssimo time inglês dirigido brilhantemente pelo alemão Jürgen Klopp.

E o Napoli ganhou por 2 a 0.

Dries Mertens comemora gol contra o Liverpool de Mohamed Salah
Dries Mertens comemora gol contra o Liverpool de Mohamed Salah - Alberto Pizzoli/AFP

Verdade que com pênalti inexistente e com o segundo gol nos acréscimos, quando os vermelhos já davam a partida por perdida e o magnífico zagueiro holandês Van Dijk falhou tão surpreendentemente como Cássio contra o Fluminense.

Coisas que só acontecem com os grandes campeões.

Klopp reclamou do pênalti, mas aceitou o resultado ao reconhecer que os italianos foram melhores e que seu time viveu uma daquelas jornadas nas quais a bola não quer entrar.

Ainda ouviu o treinador rival Carlo Ancelotti brincar com a derrota na temporada passada no mesmo estádio San Paolo, quando o Napoli venceu por 1 a 0 e o campeão acabou sendo o Liverpool.

Maiores responsáveis pela derrota inglesa do que a bola não querer entrar foram os erros em momentos agudos quando, por exemplo, Mané errou passe para Salah em contra-ataque imperdível.

Sem se dizer que o goleiro espanhol Adrián, substituto do lesionado brasileiro Alisson nos Reds, fez pelo menos um milagre, além de ter trabalhado bem mais que o italiano Meret.

O jogo agradou bastante e teve um aspecto que não pode passar sem ser devidamente registrado e exaltado pelos apreciadores do futebol bem jogado e eticamente disputado: a primeira falta só aconteceu aos 26 minutos do jogo e o primeiro tempo terminou com apenas três faltas, duas delas dos italianos e a inglesa cometida aos 40'.

Na etapa final, o Napoli repetiu a dose, com duas faltas, e o Liverpool se esbaldou, com nove.

Convenha que 14 faltas num jogo desses é tão pouco que só houve acréscimos no segundo tempo e por causa de cinco substituições.

Nem é preciso mencionar o alto índice de acerto de passes dos dois times, cada um com 84% em mais de 500 para cada lado, ou dos arremates corretos a gol, porque podem distrair o que mais merece registro, o jogo jogado na bola, eticamente elogiável.

Ética a favor do jogo, do estádio lotado, da audiência alta, da vontade de voltar no próximo embate, da ideia de que o espetáculo não pode parar.

Algo que ainda não entrou nem na cabeça dos treinadores brasileiros, muito menos na dos jogadores, que não contentes em fazer falta em cima de faltas, simulam, se atiram, rolam nos gramados pelo país afora. 

Baixinho de carapuça

Romário Faria não gostou de ler aqui que é tão oportunista na política como foi na grande área.
Entendeu como crítica e não como elogio. Gol!

Mas não se deu conta de que ter sido um dos melhores jogadores da história, e responsável pelo tetra, não faz dele bom senador.

Algo que o eleitorado do Rio percebeu ao lhe dar apenas 665 mil votos para governador no ano passado, quando, quatro anos antes, para senador, dera mais de 4,6 milhões.

Sua votação caiu de 63,4% dos votos válidos para 8,7%.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.