Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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O grande dia do futebol foi sábado, não domingo

Tudo de melhor aconteceu no início do fim de semana, com Campeonato Inglês, Santos e Flamengo e Neymar no PSG

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Como o mundo anda de cabeça para baixo, o terceiro domingo (15) de setembro, resolveu cair no sábado (14). 

Porque domingo é tradicionalmente o grande dia do futebol, pelo menos neste lado do planeta bola.

A semana passada não foi assim.

A Inglaterra, onde, como se sabe, a semana de cinco dias foi aproveitada exatamente para que o sábado fosse dedicado às emoções do esporte bretão, foi o primeiro palco.

Salah comemora com Firmino o terceiro gol do Liverpool contra o Newcastle, no Campeonato Inglês, no sábado (14)
Salah comemora com Firmino o terceiro gol do Liverpool contra o Newcastle, no Campeonato Inglês, no sábado (14) - Reuters

Na terra dos Beatles, o Liverpool foi surpreendido pelo 1 a 0 do Newcastle, mas não se apertou.

Em dia de Mané, virou para 2 a 1 ainda no primeiro tempo, aperitivo para o terceiro gol de Salah, com passe espetacular de letra de Roberto Firmino.

O time vermelho de Jürgen Klopp é fabuloso e, tomara, faça a final do Mundial de Clubes contra o Flamengo, para reeditar 1981.

Para tanto o Mengo terá de ganhar a Libertadores, cuja decisão se dará em campo neutro, no Estádio Nacional de Santiago, como também aconteceu em 1981, mas no Centenário, em Montevidéu. 

Não com a novidade do jogo único, mas com a chamada negra, o terceiro jogo do desempate.

O sábado seguiu com a esperada, e vaiada e xingada, volta de Neymar ao PSG, na França.

Foram 90 minutos de apupos cujo volume aumentaria para níveis muitos decibéis acima do suportável caso, de voleio digno de merecer promoção para bicicleta, o Peter Pan brasileiro não tivesse tirado o zero do placar de maneira sensacional. O Parque dos Príncipes teve de se render.

Ultras do PSG fazem protesto contra Neymar, sugerindo que o jogador fosse vendido na Vila Mimosa, área de prostituição do Rio de Janeiro
Ultras do PSG fazem protesto contra Neymar, sugerindo que o jogador fosse vendido na Vila Mimosa, área de prostituição do Rio de Janeiro - Gonzalo Fuentes/Reuters

Terminado o jogo em Paris era hora de olhar o que faziam o campeão da segunda divisão inglesa contra o bicampeão da Premier League.

E não é que o pequeno Norwich bateu o poderoso Manchester City por 3 a 2 e acabou com 18 partidas invictas do timaço de Pep Guardiola, traído pelo zagueiro Otamendi?

Estava na cara que o time azul de Manchester venceria os canarinhos do leste inglês mesmo quando já estava 2 a 0 e mais claro ficou quando, ao fim do primeiro tempo, Aguero diminuiu.

Até quando aconteceu o 3 a 1, faltando enormes 40 minutos, no mínimo o empate era previsível. Mais ainda quando, ao faltarem dois, e os acréscimos, o City fez 2 a 3.

Só que ficou nisso, com o coração pulsando na garganta.

Restava Flamengo e Santos.

Não é exagero dizer que a expectativa era parecida à de um Barcelona e Real Madrid ou Liverpool e Manchester City.

Até porque o palco, o Maracanã, está à altura de qualquer espetáculo, porque já abrigou Pelé, Mané Garrincha, Zico, Frank Sinatra e o Papa, nesta ordem.

Pois olhe que houve momentos, principalmente no começo do jogo diante de 68 mil torcedores, que a intensidade do clássico lembrou o Campeonato Inglês.

Jorge Jesus não disse que o Flamengo seria campeão português e ficaria entre os seis primeiros na Inglaterra, ora pois?

O golaço por cobertura de Gabigol fez justiça ao campeão do turno que, na verdade, mereceu ganhar por mais de 1 a 0.

Embora fosse esperado um jogo mais técnico que guerreado e tenha acontecido o inverso, não há por que se queixar do nível do embate.

Um português e um argentino, Jorge Sampaoli, além de dois gaúchos, Renato Portaluppi e Tiago Nunes, fazem o futebol brasileiro viver.

Que outro gaúcho, Mano Menezes, ao vencer seus três primeiros jogos no Palmeiras, como era mais ou menos óbvio, lembre-se que a vice-liderança não exprime a diferença do futebol de seu time e o do Flamengo.

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