Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Palmeiras está invicto com Mano Menezes, mas precisa melhorar muito

Os três pontos que o separam do Flamengo não dão a ideia da diferença de futebol

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Sob o comando de Mano Menezes, o campeão brasileiro conquistou sua quarta vitória seguida. As três primeiras eram obrigatórias, a contra o Fortaleza, no Castelão lotado, não. O triunfo premiou quem buscou mais o gol e foi justo.

Na quinta-feira (26), a quinta vitória são favas praticamente contadas, contra o CSA, no Pacaembu, pelo Campeonato Brasileiro. A sexta, no domingo (29), contra o Inter, no Beira-Rio, é que vão ser elas. Porque embora seja nítida a mudança de estilo de jogo do Palmeiras, ao abandonar o jeito Felipão de jogar com bolas esticadas, a produção alviverde ainda está longe de poder fazer frente ao futebol jogado pelo líder Flamengo.

O técnico Mano Menezes alcançou sua quarta vitória no comando do Palmeiras, um aproveitamento de 100% até agora - Cesar Greco/Agência Palmeiras/Divulgação

Os três pontos que os separam não exprimem nem de longe a diferença técnica entre ambos. Enquanto o Flamengo, por sete vezes seguidas, vence, convence, dá gosto de ver e não sofre, o Palmeiras ganha quatro, sem convencer, dá sono e padece.

Contra uma equipe muito mais qualificada que a do Fortaleza, o Flamengo sobrou no Mineirão ao fazer 2 a 1 no Cruzeiro, mesmo vítima de um pênalti à moda brasileira com recheio de VAR. Cada vez que o rubro-negro pega na bola cria a expectativa de boa jogada, de lance bem construído, de perspectiva de final feliz, por mais que nem sempre, é óbvio, termine assim.

Ao contrário do que acontece com o Palmeiras, principalmente quando Dudu não está em campo, como não esteve no Castelão na pálida, embora fundamental, vitória por 1 a 0, gol achado por Willian logo no início do segundo tempo em bola desviada na zaga, sem o que não aconteceria.

O Santos já ficou para trás. Duro será alcançar o Flamengo e não permitir que o Grêmio se aproxime.

O que a Vila viu

Nada a reclamar da vitória do Grêmio por 3 a 0 sobre o Santos na Vila Belmiro. A não ser pelo placar que não revela o que o jogo foi. A vitória gaúcha é incontestável, mas a diferença de gols, um exagero. Na batata, o placar correto seria 4 a 2. Mas já acontece aquilo que se previa e o santista temia: na hora de a onça beber água, o Peixe sofre pela quantidade de talentos de seus rivais.

Só por isso perdeu para Palmeiras, Flamengo e Grêmio.

Será necessário ser burro ao extremo, já que adentramos o campo animal, para reclamar de Jorge Sampaoli.

​Exagero corintiano

O torcedor tem direito a tudo. De sonhar e de exagerar, inclusive. Imaginar que a vitória suada sobre o Bahia por 2 a 1 será combustível para reverter a situação nos 2.850 metros de altitude de Quito não é excesso de imaginação, é otimismo exagerado mesmo. E não apenas pelo esforço sobre-humano em condições geográficas tão desiguais. Mas porque o Independiente Del Valle mostrou ser melhor até em Itaquera.

Em tempo: se Andrés Sanchez está mesmo arrependido da construção do estádio e de voltar a presidir o Corinthians, como revelaram Alex Sabino e Luciano Trindade nesta Folha, há uma solução óbvia: renunciar. Até para evitar o impeachment, penoso processo que redundaria em novo desserviço dele prestado à Fiel.

Em tempo 2


A convocação da seleção brasileira é só mais um escárnio. Ao desfalcar times no Brasileiro, como faz há anos, a Casa Bandida do Futebol mostra não apenas sua face deletéria. Mais que isso, demonstra a tibieza da cartolagem dos clubes que se curva a tais absurdos, o que também não é novidade alguma.
Pena ser impossível se arrepender de gostar de futebol.

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