Na rodada recém terminada o Flamengo mostrou mais uma vez qualidade rara entre os times brasileiros: a de jogar fora de casa como se fosse o anfitrião.
Não deu a menor pelota para o desespero da Chapecoense e o placar de apenas 1 a 0 foi daqueles enganosos, porque jogou para vencer por três ou quatro gols de diferença e não correu riscos, mesmo sem Filipe Luís, De Arrascaeta e Gabigol.
Assim obteve a sexta vitória como visitante, o mesmo número alcançado pelo Santos ao ganhar do Vasco também pela chamada contagem mínima, em São Januário, forasteiros indigestos, porque como o time do português Jorge Jesus, o do argentino Jorge Sampaoli é outro que não se intimida em palcos adversários, como o Grêmio.
Mantidos os oito pontos de vantagem do líder Flamengo sobre o terceiro colocado Santos, restava saber o que o Palmeiras faria diante do Atlético Mineiro.
E o Palmeiras fez muito pouco no primeiro tempo, embora dominante, mas com Weverton obrigado a fazer três defesas difíceis contra nenhuma do goleiro atleticano, Cleiton e, para piorar, nos acréscimos, obrigado a buscar uma bola no fundo do gol, em belíssimo tento de Natan.
Virar no segundo tempo era simplesmente imprescindível e as vaias no intervalo prenunciavam vida dura em casa.
Era tudo que rubros-negros e santistas esperavam, nada nem parecido com a expectativa desta coluna.
O Palmeiras ficava seis pontos atrás de um e apenas dois pontos à frente do outro.
Virar resultados tem sido uma dificuldade na vida esmeraldina e continuou a ser, apesar do empenho enlouquecido, e nervoso, do vice-líder.
O segundo tempo foi de um time só, mas o goleiro mineiro só teve mesmo de trabalhar depois de sofrer o empate, em jogada primorosa de Dudu e Gustavo Scarpa: 1 a 1.
Como o jogo teve acréscimos de sete minutos, o Palmeiras teve 15 para vencer e aí Cleiton despontou no bombardeio paulista, com pelo menos um milagre em cabeçada de Vitor Hugo.
Para quem imaginou que o Palmeiras pudesse encostar no Flamengo ao fim da rodada, o aumento da vantagem carioca para cinco pontos surpreendeu.
Daí o jogo da próxima quarta (9), na Vila Belmiro assumir ares de verdadeira decisão com o detalhe de o Flamengo só jogar no dia seguinte, no Maracanã, contra o mesmo Galo.
Registre-se que, historicamente, o Palmeiras se dá bem na casa praiana, a ponto de até 2015 levar vantagem sobre os santistas em seu campo.
De lá para cá o Santos enfileirou cinco vitórias em sete jogos e o superou com 47 vitórias contra 44 e 18 empates.
Como se vê, os empates são poucos e empatar não interessa a nenhum dos dois.
Porque caso o mais provável aconteça no Maracanã, a vitória do líder, o empate deixará o vice-líder sete pontos adiante, duas rodadas, no mínimo, em primeiro lugar.
Trata-se de jogo, em todos os sentidos, imperdível.
Só a CBF não acha, tanto que desfalcou os três concorrentes ao título por desrespeitar as datas Fifa.
Conte isso pelo mundo afora. Ninguém acreditará.
Mulheres brilhantes
No domingo (22/9), na Ilustríssima, Marilene Felinto reapareceu com todo seu talento e um texto tão duro como doce, magnífico.
No domingo (6), na Ilustrada, foi a vez de Fernanda Torres.
Cada palavra em seu lugar, cada sentimento no devido compartimento, de lavar a alma. E fazer a mãe chorar.
Grandes mulheres: Marilene e as duas Fernandas.
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