Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Juca Kfouri

Está difícil aguentar

Não bastasse a pálida exibição do Palmeiras, eis que a seleção foi lastimável

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Comentar futebol se transformou numa dureza.

Pior, talvez, só a função dos colunistas políticos.

Como pode ter reocupado a vice-liderança do campeonato do país cinco vezes campeão mundial um time com jogo tão pobre como o apresentado pelo Palmeiras contra o fraco e desfalcado de seus principais jogadores Botafogo?

Com um único gol e de quem não se esperava tanto, do volante Thiago Santos. Com bela atuação, ele criou a esperança de ser uma opção para substituir a irresponsabilidade de Felipe Melo, logo desfeita pelo seu terceiro cartão amarelo.

Como explicar que tanto investimento alviverde paulista esbarre no endividado alvinegro carioca?

É claro que só dinheiro não ganha campeonato, mas não serve nem para superar adversário tão frágil?

Será que o cartola que preside o Palmeiras dirá que o time subiu no salto envenenado pelos críticos que o elegeram precocemente como o campeão?

Se sim, por que o Flamengo não se deixou contaminar pelo mesmo feitiço?

Se de fato era exagero esperar ver o Palmeiras campeão dos quatro títulos que disputou, passar a temporada em branco chega a ser vexaminoso.

E o que dizer da seleção brasileira pós-Copa América?

Se o título continental ficou longe de entusiasmar, os quatros jogos amistosos subsequentes foram de doer.

 

Com três empates e uma derrota, trata-se de campanha digna do desempenho da atual Chapecoense, quer dizer, trajetória de time candidato ao rebaixamento, embora a série de amistosos não rebaixe ninguém, apenas moralmente.

Quais são as desculpas, porque justificativas não há?

Sobre o desagradável 1 a 1 com a Nigéria, dizer o quê?

Que a lesão muscular de Neymar nos dez primeiros minutos explica a desventura?

OK, foi uma pena não levar adiante a experiência de ter o craque do PSG pelo meio, mas, terá sido por isso?

Ou terá sido porque, no dizer de Tite, a seleção tem dificuldades ao enfrentar os africanos?

Além dos europeus, por suposto, e, quiçá, dos indígenas...

Por que sacar Everton Cebolinha no intervalo se só ele mostrava disposição em partir para cima da defesa adversária, mesmo sem ter sucesso?

Um trio com características tão parecidas como o formado por Richarlison, Roberto Firmino e Gabriel Jesus poderia ser solução?

Ou Tite começa a dar sinais de que sua justa insatisfação pelo que tem acontecido fora de campo, sob o comando da empresa que Ricardo Teixeira contratou, invadiu as quatro linhas do gramado?

São perguntas cujas respostas precisam ser dadas e que o jogo entre Athletico e Flamengo, mesmo prejudicado pelos tantos desfalques causados pela CBF, respondeu com futebol intenso desde o apito inicial.

Sem preguiça, sem toquinhos laterais, sem receio de atacar e ser atacado, pois nem Tiago Nunes, nem Jorge Jesus, vitorioso por 2 a 0, vieram ao mundo da bola para ter medo.

Por mais que o VAR brasileiro tenha feito nova intervenção desastrosa ao influenciar um assoprador de apito sem personalidade e levá-lo a anular um pênalti, para o Flamengo, que havia marcado corretamente.

Ah, as teorias da conspiração!

Quem comandava o VAR era paulista...

Sinal de que deu certo a pressão da cartolagem palmeirense e santista?

De tudo, apenas uma certeza: é prazeroso poder dizer que, depois de ver Brasil x Nigéria, a partida na Arena da Baixada pareceu outro esporte. Como quando vemos Liverpool x Manchester City.

O que deixa viva a esperança.

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